Em greve, médicos plantonistas do Hospital Hélio Angotti afirmam estar sem receber há dois meses. Segundo relato feito ao Jornal da Manhã, os profissionais aguardam posicionamento da administração, no entanto, até o momento, não tiveram retorno. O Hospital Hélio Angotti afirma que o atraso se deve ao orçamento defasado e aguarda o acréscimo de R$1,5 milhões nos repasses para iniciar a regularização.
Conforme denunciantes do hospital afirmam, poucos médicos ainda estão trabalhando, enquanto as escalas de plantão estariam “furadas”. O hospital estaria sem escala, desorganizado e os pacientes sem assistência. Ainda de acordo com a denunciante, apesar de diversos questionamentos, os funcionários estariam sem retorno sobre quando problema será resolvido.
“Eu saí da escala. Infelizmente, sem condições de trabalhar todo mês com essa situação”, relata uma funcionária.
O conselheiro do Hospital Hélio Angotti, Felipe Toledo Rocha, confirmou o atraso nos repasses a empresa terceirizada que realiza os pagamentos à equipe médica. “A gente espera agora, nesse mês de outubro, voltar a normalizar esse pagamento, mas por questão contratual, a empresa tem que manter os serviços, por ser um serviço essencial, em até 45 dias. Então, nós estamos conversando com o proprietário da empresa, estamos pagando alguns plantões que estão acontecendo de forma pontual para não ter desassistência. Mas, realmente, sem esse recurso, a gente não conseguiria fazer frente a essa demanda”, afirma.
A previsão é que o repasse de R$1,5 milhões comece a ser feito a partir de outubro. A medida foi publicada nesta semana, no Diário Oficial da União. Segundo o médico e conselheiro do hospital, Felipe Toledo Rocha, o déficit da instituição chega a R$1,8 milhões por mês.
“A gente tem que destacar que o corpo clínico do hospital tem sido muito parceiro e tolerando atrasos nos últimos 5 anos de forma recorrente. A gente paga, mas paga sempre com atraso e são pais de família, mães de família, que também precisam desse recurso para manter suas contas em dia, mas nunca abandonaram o hospital. Sempre foram parceiros. Então, como membro da diretoria do conselho, a gente só tem gratidão a esses médicos que acreditam na causa do combate ao câncer, estão junto com a gente e vão agora, se Deus quiser, usufruir dessa estabilidade”, finaliza.