Os servidores da rede pública de educação em Minas Gerais realizam assembleia, com indicativo de greve, nesta quarta-feira (29). O movimento reivindica o pagamento do Piso Salarial Nacional, a valorização dos trabalhadores em educação e contra o que o Sindicato Único dos Trabalhadores e Educação (Sind-UTE) considera um desmonte da rede assistencial do Instituto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
A coordenadora regional do Sind-UTE, Maria Aparecida Oliveira, disse que haverá paralisação nas escolas da rede estadual de ensino em Uberaba, nesta quarta-feira. Ela ressaltou que a assembleia geral dos servidores da Educação acontece após uma série de atos regionais e paralisações em todo o Estado que chamaram a atenção da sociedade para a realidade da escola pública mineira.
O valor do Piso Salarial Nacional em 2024 é de R$4.580,57. O Sind-UTE informa que o valor básico praticado pelo governo de Minas Gerais para os professores em início de carreira (licenciatura plena) é de R$2.652,29, o que representa uma diferença de 57,90%, ou seja, R$1.928,28 de defasagem salarial ou quase o dobro do valor que deveria ser efetivamente pago.
Conforme Maria Aparecida Oliveira, além da defasagem salarial do pessoal do Magistério, trabalhadores que atuam em outros serviços escolares, como limpeza e manutenção, cozinheiras e cantineiras, recebem menos de um salário mínimo.
“Apesar disto, o governo enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um Projeto de Lei propondo um reajuste de apenas 3,62%, que não recompõe sequer as perdas inflacionárias do último período”, frisou a sindicalista.
Maria Aparecida destacou que também tramita na ALMG outro projeto que aumenta os custos do funcionalismo com a rede assistencial do Ipsemg, o que praticamente anularia um eventual reajuste. Para a coordenadora regional do Sind-UTE, o projeto também propõe profundas alterações no sistema assistencial, como o que altera a regulamentação do Ipsemg de Lei Complementar para Lei Ordinária.
“Diante do atual cenário e do alto grau de descontentamento dos servidores da Educação, a assembleia de quarta-feira vai decidir os rumos do movimento, entre os quais a possibilidade de deflagração de greve”, diz Maria Aparecida.