Para implantar a municipalização de escolas, a Prefeitura quer assegurar a construção de escolas da rede estadual (Foto/Gil Leonardi/Agência Minas)
Direção do Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em Uberaba deve se reunir com vereadores para discutir o projeto Mãos Dadas, criado pelo governo de Minas para repassar aos municípios as unidades escolares estaduais que ainda oferecem o Ensino Fundamental.
A coordenadora regional do Sind-UTE, Maria Aparecida Oliveira, disse que o objetivo do encontro é sensibilizar os parlamentares para o que o sindicato considera risco de precarização da Educação no Estado, além da demissão de muitos profissionais, caso o projeto seja expandido no Estado.
O projeto Mãos Dadas foi criado em 2021 e tem como propósito a cooperação entre Estado e municípios na gestão do ensino público. Por meio da iniciativa, o Estado destina recursos para investimentos de infraestrutura e apoio pedagógico aos municípios.
Em Uberaba, para implantar a municipalização de escolas com turmas de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, a Prefeitura quer assegurar a construção de escolas da rede estadual no Residencial 2000, Girassóis IV e no Jardim Maracanã. As escolas em que o Mãos Dadas pode ser implantado são a Miguel Laterza, Grupo Brasil, Dom Eduardo e Fidélis Reis.
Conforme a representante do Sind-UTE, os processos de municipalização já realizados no Estado têm trazido prejuízos à comunidade escolar e aos profissionais da Educação.
Conforme Maria Aparecida, a municipalização, numa visão geral, trará prejuízos para todos e todas e, além da precarização do ensino, também significa retrocessos na carreira e poderá incorrer na demissão de muitos profissionais. Casos concretos foram relatados de localidades em que a municipalização já começa a dar seus primeiros resultados negativos, levando uma série de problemas para a comunidade escolar, os profissionais da Educação e para o município.
Em recente plenária, realizada em Belo Horizonte, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Denise Romano, recomendou organização, união e resistência para enfrentar esse estado de coisas. Foi sugerido estabelecer diálogo e a construção de movimentos fortes, da criação de comissões em defesa da educação, que reúna professoras, educadores, auxiliares da Educação Básica e a comunidade escolar.