Há tempos quem se incomoda com o som alto em Uberaba fica sem saber a quem recorrer. As ocorrências eram atendidas pela chamada Patrulha do Silêncio, que está desativada em Uberaba há 12 anos. O serviço era prestado pela Guarda Civil Municipal, mas desde a mudança de atribuição, a atuação corporação se restringe a apenas prestar apoio aos fiscais do Departamento de Posturas, que trabalham em horário comercial.
Antes de ser desativada, a Patrulha do Silêncio estava equipada com decibelímetros, que são equipamentos capazes de aferição do nível de barulho com intuito de inibir a perturbação do sossego. Veículos caracterizados da Guarda Civil Municipal com essa finalidade foram colocados nas ruas no início de 2012.
Contudo, o serviço foi interrompido anos depois e, desde então, uberabenses ficam à mercê do som alto, devido à falta de fiscalização. Denúncia recente feita ao Jornal da Manhã por uma moradora do bairro de Lourdes exemplifica a situação. "Tem uma chácara que o som é insuportável. Tem festa quase todo final de semana, na maioria das vezes som só é desligado no domingo pela manhã. Já liguei pras autoridades e nada foi feito. Já faz mais de 6 meses e nenhum órgão responsável vem até o local e a resposta é que não podem fazer nada e que seria melhor eu mudar de casa", diz a reclamante.
Vale lembrar que a chácara citada é no perímetro urbano e a legislação prevê que o som deve ser desligado às 22h, o que parece não ser respeitado. Questionada pelo JM, a Prefeitura de Uberaba informou que o Departamento de Posturas fará um levantamento quanto à existência de alvará para a promoção de eventos no local e qual o teor do documento para posteriormente adotar medidas cabíveis.
Ainda, questionada sobre a Patrulha do Silêncio, a Superintendência de Defesa Social pontuou que o serviço está desativado há mais 12 anos. "Contudo, a Prefeitura nunca parou de atuar, conforme atestam dados estatísticos. As ocorrências relacionadas à perturbação do sossego são atendidas pelo Departamento de Posturas, com apoio da Guarda Civil Municipal. Cabe ainda acrescentar que a Polícia Militar, por meio da Polícia Ambiental, também atua nesses casos", diz a nota.
Importa destacar que a reportagem reforçou questionamentos sobre um possível plantão do Departamento de Posturas para atendimento dos casos de perturbação do sossego. Contudo, os questionamentos não foram respondidos.