Tribunal determina recolhimento de Porsche apreendido e usado pela Polícia Civil

Nesta semana, o Tribunal de Justiça determinou que o Porsche utilizado pela Polícia Civil em Uberaba, apreendido em uma operação contra o crime organizado, seja levado a um pátio credenciado. O veículo era utilizado pela PC para acompanhamento de outros casos, em uma espécie de recado a organizações criminosas.

O Porsche foi apreendido durante a Operação Vale Rico e se tornou um símbolo contra o crime. Apesar de ter sido levado, ele não foi liberado das ordens de sequestro da Justiça, como explica o chefe do 5º Departamento da PC, Felipe Colombari.

"Ele não foi devolvido ao investigado como autor dos delitos, mas acharam por bem, por cautela, que ele ficasse parado no pátio. Eu acredito que o veículo pode estar melhor cuidado em um lugar coberto e seguro. Essa é uma decisão judicial superior, e acredito que o veículo já cumpriu sua finalidade social. Quando ele se tornou um símbolo do combate ao crime organizado, muitos duvidavam que permaneceria nas mãos da polícia por tanto tempo. No entanto, ficamos com ele por um ano e meio, e ele se tornou um exemplo não apenas para nossa região, mas para todo o estado", afirmou o Delegado Felipe Colombari.

O delegado entende que o carro foi um divisor de águas na aplicação do dispositivo legal que permite às polícias usar veículos apreendidos em investigações como bens da sociedade. "Mostramos que existe um dispositivo no código de processo penal que as polícias podem utilizar para pegar os veículos apontados como produtos adquiridos por meio de crimes e usá-los em benefício da sociedade. Fico feliz com o tempo que ele passou sob nossa guarda, e estamos determinados a continuar lutando contra o crime organizado na região", acrescentou o chefe do 5º Departamento de Polícia Civil.

Entenda. O Porsche foi um dos 62 carros apreendidos em consequência das duas etapas da Operação Vale Rico, em 2017 e 2022. Chegou a ser feito um pedido de liberação do veículo pelo advogado do investigado, depois de ter visto uma foto do Porsche na porta de uma oficina mecânica, sem a roda traseira.

O advogado ponderou que o veículo não é do investigado, e sim de uma filha, e a Justiça, ao deferir o seu uso pela PC, deixou a instituição responsável pela manutenção e eventual revisão.