Uberaba não deve receber médicos estrangeiros na Atenção à Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde lida com a vacância de profissionais médicos em diferentes frentes de atuação em Uberaba e, diante do anúncio da recontratação de médicos estrangeiros no programa Mais Médicos, abriu-se a possibilidade de receber novamente profissionais para ocuparem as vagas ociosas da rede municipal. Contudo, essa designação passa pelo crivo do Ministério da Saúde, que leva em consideração diferentes quesitos, sobretudo a capacidade de atendimento de cada cidade. 

Uberaba já teve médicos estrangeiros abrigados pelo programa federal Mais Médicos. Até 2018, eram em torno de 20 profissionais estrangeiros na rede de saúde municipal.  Conforme explica a SMS, alguns médicos cubanos optaram por permanecer no Brasil após o fim da adesão ao programa com seu país natal, "porém não vinculados ao Município ou à Secretaria de Saúde", explica a pasta, reafirmando que eles não atuam na rede local.

Pelo que explica a diretora de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde, Aline Tristão, ao Jornal da Manhã, Uberaba conta atualmente com dois programas do governo federal sobre o atendimento de saúde da família, que são os Programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil. Nos dois casos, os salários pagos pelo governo federal aos profissionais é superior ao que a Prefeitura de Uberaba. 

Para se ter uma ideia, enquanto um médico conveniado a um desses programas recebe cerca de R$ 13 mil, mais um auxílio do governo municipal, de cerca de R$ 1.500, para o desempenho de 40 horas semanais, um médico contratado via processo seletivo pela Secretaria de Saúde recebe cerca de R$ 12 mil (salário do médico de Saúde da Família). Claro que cada caso é um caso e, a depender das especializações de cada médico esses valores podem ser diferentes, mas a situação mostra que aos olhos de quem pretende ser contratado é melhor o ser pelo governo federal. Tanto é que ao menos uma profissional migrou do contrato direto com a Prefeitura para o atendimento por meio de um dos programas federais recentemente. Há, ainda, outras diferenças nos contratos. Um profissional médico credenciado por um desses programas federais atua no atendimento em consultório apenas 32h das 40h semanais para as quais foi contratado. Isso porque o governo federal garante a ele o benefício de um dia de estudos. 

Segundo Aline Tristão, atualmente são 53 equipes de atenção à família em Uberaba, sendo duas delas ainda sem médicos. Mas ela bem pontua que os atendimentos não são descontinuados pela falta de profissional à frente da equipe, uma vez que clínicos gerais assumem a demanda reprimida e dão continuidade aos atendimentos. Sobre essas duas vagas ociosas, a Prefeitura pretende preenchê-las por meio de processo seletivo a ser lançado em breve. Pelo que Aline explicou ao JM, no último processo aberto houve a aprovação de 30 profissionais e todos foram chamados, mas as vagas continuam abertas. Nesse sentido, é importante ressaltar o desafio do preenchimento de vagas no que tange ao atendimento médico. O Município busca alternativas, lançando processos seletivos e demonstrando interesse em programas federais, conveniando-se.  

Especificamente sobre os programas do governo federal, o Município atualmente conta com 17 profissionais designados, sendo 15 do Mais Médicos e dois do programa Médicos Pelo Brasil. Outras duas vagas são aguardadas o preenchimento após o credenciamento de mais profissionais por meio do Ministério da Saúde.

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