ZOONOSES

Uberaba não tem registros oficiais de hantavirose em 2023; entenda

Na fase inicial, os sinais mais frequentes são febre, dor muscular ou no dorso lombar, dor abdominal, diminuição da força física, dor de cabeça intensa e sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 16/05/2023 às 08:41Atualizado em 16/05/2023 às 08:45
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Hantavirose é uma enfermidade provocada por diferentes sorotipos de Hantavirus, eliminados nas fezes, urina e saliva de roedores (Foto/Blog Saúde Mais)

Uberaba ainda não registrou caso ou óbito confirmado por hantaviroses em 2023, doenças que podem ser transmitidas para o homem por meio da mordedura ou do contato com fezes, urina ou saliva de roedores urbanos ou silvestres. A zoonose viral é sazonal e os casos aparecem, comumente, no começo do outono e com as baixas temperaturas, e tem em torno de 35% de taxa de letalidade.

Na semana passada, nas redes sociais, surgiu a hipótese de que uma mulher teria morrido em Uberaba em decorrência de hantavirose. No entanto, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), exames complementares foram solicitados para definir a causa do óbito e ainda é aguardado o resultado da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Ou seja, ainda não há confirmação da hantavirose no Município.

“A SMS faz acompanhamento de casos de hantavirose e ressalta que não há nenhum caso confirmado esse ano, tão pouco óbito”, complementa a Saúde. Em caso de sintomas, a pasta orienta que o paciente busque atendimento médico junto às unidades de pronto atendimento. Mas quais são os sintomas?

Cada paciente desenvolve uma forma variável de sintomas da doença. Na fase inicial, os sinais mais frequentes são febre, dor muscular ou no dorso lombar, dor abdominal, diminuição da força física, dor de cabeça intensa e sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia. Os casos graves têm a febre hemorrágica com síndrome renal (FHSR) e a síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH). Os sintomas podem durar de um a 15 dias, regredindo após esse período.

Os humanos são infectados pelo hantavírus por meio da inalação dos aerossóis presentes na urina, fezes e saliva de roedores infectados. Outras formas de transmissão são por meio de escoriações cutâneas, mordedura de roedores, pelo contato do vírus com as mucosas (olho, boca ou nariz) ou pela contaminação das mãos com as excretas dos roedores. O período de incubação do vírus é de uma a cinco semanas, em média, podendo variar de três a 60 dias. Em países da América do Sul, a transmissão pessoa a pessoa foi notificada esporadicamente.

O diagnóstico é realizado por exames laboratoriais, disponibilizados pelo SUS. A coleta de sangue deve ser feita logo após o médico suspeitar da doença, pois a produção de anticorpos pelo organismo acontece junto ao início dos sintomas. É indicado que o profissional de saúde também solicite exames diagnósticos diferenciais para doenças com sintomatologia similar, como leptospirose, febre maculosa, influenza, triquinelose, malária, pneumonias, histoplasmose, síndrome respiratória aguda, doenças reumatoides e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Não existe tratamento com drogas antivirais específicas para o hantavírus. O tratamento para a doença é disponibilizado pelo SUS e os medicamentos prescritos são baseados nos sintomas clínicos apresentados. Recomenda-se o isolamento do paciente. Outras opções para tratar os sintomas podem incluir hidratação, assistência ventilatória, hemodiálise, internação em UTI e terapia para evitar choque.

Confira algumas medidas preventivas:

1) Eliminar os resíduos que possam servir para abrigos, construção de tocas e ninhos, assim como reduzir as fontes de água e alimento para ratos e outros roedores;

2) Não deixar entulhos e objetos inúteis no interior e ao redor do domicílio, mantendo limpeza diária, pois esses objetos podem servir de proteção e/ou abrigo para roedores;

3) Manter a vegetação rasteira em um raio de pelo menos 40 metros ao redor de qualquer edificação (casa, silo, paiol, abrigo de animais e outros), visando dificultar o acesso do roedor a esses locais, dessa forma ele não encontrará refúgio e proteção;

4) Acondicionar alimentos de consumo humano, grãos e rações para animais armazenados em recipientes fechados, à prova de roedores, no interior das edificações. Para facilitar a limpeza, esses recipientes devem estar sobre mesas, prateleiras ou estrados a pelo menos 40 cm do solo;

5) Vedar fendas e outras aberturas com diâmetro superior a 0,5 cm, para evitar o ingresso de roedores no interior dos domicílios e anexos;

6) Não deixar rações de animais expostas e remover diariamente, no período noturno, as sobras dos alimentos de animais domésticos, dando-lhes destino adequado;

7) Enterrar o lixo orgânico, caso não exista coleta regular, respeitando-se uma distância mínima de 30 m de qualquer edificação;

8) Limitar o plantio a uma distância mínima de 40 m de qualquer edificação;

9) Os produtos colhidos, assim como os restos de colheita, não devem pernoitar no campo;

10) Armazenar insumos e produtos agrícolas (adubos, sementes, grãos e hortifrutigranjeiros) sobre estrados a 40 cm de altura do piso, em depósitos (silos e tulhas) situados a uma distância mínima de 40 m do domicílio ou de áreas de plantio, pastagens e matas nativas;

11) Construir o paiol ou tulha a uma altura mínima de 40 cm do solo, com escada removível e rasteiras dispostas em cada suporte, para evitar o acesso dos roedores a edificações.

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