MAIO LARANJA

Uberaba registrou 251 casos de abuso sexual infantil em 2022

Número representa apenas um terço dos casos e situações subnotificadas preocupam autoridades

Rafaella Massa
Publicado em 21/05/2023 às 19:29
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Número de casos de abuso sexual infantil registrados em 2022 emite um alerta vermelho para as autoridades de Uberaba. No ano passado, a cidade registrou 251 casos. O juiz da Vara da Infância e Juventude, Marcelo Lemos, afirma que esse dado deve ser ainda maior, considerando as subnotificações.  

Em entrevista ao programa JM News 1ª Edição, da Rádio JM, o juiz explicou que os casos notificados chegam a ser apenas um terço da realidade de Uberaba. Foram, em média 20 registros por mês. “Infelizmente, na nossa cidade nós estamos tendo muitos casos. Fizemos um levantamento e extraímos os dados do sistema do Ministério da Justiça e no ano passado nós tivemos em média mais de 20 casos por mês. Totalizou 251 casos e isso é o que chega até nós, porque nós temos as subnotificações. A literatura já nos indica que o que chega pra nós é um terço do que acontece. Então é muito preocupante e nós temos que agir. É assustador, é alarmante, e nós temos que nos mobilizar, sociedade, Poder Público, para implementar ações preventivas e melhorar também o atendimento a esse público”, avalia Marcelo Lemos.    

Conforme o juiz, durante sua carreira, ele nunca se deparou com um caso em que uma vítima mentiu sobre o abuso. Ele continua e afirma que grande parte dos crimes são praticados por pessoas próximas, como familiares e amigos de famílias, de forma a dificultar a identificação do abuso por parte da criança. “Nós temos muitos casos, e a gente fala isso para a criança e para o adolescente, porque a maioria dos casos envolve parentes e familiares, pessoas de confiança. E, talvez, a violência esteja aparecendo como uma forma de carinho. Porque para a criança é difícil identificar realmente se está sendo abusada ou não. Então é por isso que é importante ela falar com os pais, falar com adultos, alguém de sua confiança, para que ela possa ser orientada”, orienta.   

Sobre os casos em que mães encobrem os abusos praticados por companheiros, Marcelo Lemos explica que a mulher pode ser presa, considerada coautora do crime.    

“Elas podem ser consideradas até coautoras de um crime, porque elas têm a condição de parente, elas precisam garantir as condições de suas crianças. Os pais têm que acreditar nos seus filhos e denunciar. Essa notícia tem que chegar até nós, para que a gente possa atender a vítima desse tipo de violência. E atender também a família. É muito importante, essa situação mexe com toda a família”, finaliza o juiz.

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