A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) informou que o projeto de extensão universitária “Zoneamento Paleontológico de Uberaba” iniciou as atividades. O zoneamento paleontológico na área urbana do município de Uberaba é uma iniciativa inovadora que visa conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação dos fósseis encontrados na região.
O projeto, que é coordenado pelos professores Fabricio Corradini (Geografia – Ielachs) e Thiago Marinho (Ciências Biológicas – Icene) é considerado uma medida pioneira e única no mundo. Até o momento, a equipe participante do projeto já realizou o levantamento de dados bibliográficos e cartográficos, elaboração do banco de dados georreferenciados para elaboração de mapas temáticos e análise em SIG (Sistema de Informações Geográficas), coleta de dados de sondagens de poços tubulares na área urbana e definição e ajustes dos procedimentos metodológicos na elaboração do zoneamento paleontológico.
“Na prática, esse zoneamento assegura que empreendedores possam investir tranquilamente no município e não terá a obra paralisada na ocorrência de fósseis durante a construção, muito pelo contrário, ao assegurar a edificação no local, os empreendedores/proprietários do terreno estão ajudando a salvaguardar os fósseis encontrados, resgatando-os e transferindo-os para o Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP/Proext). Lá, os fósseis serão estudados, preparados, publicados e expostos no museu para conhecimento tanto da comunidade científica quanto da população em geral”, explicou Fabrício.
O zoneamento paleontológico visa regular o uso do solo, bem como promover a conscientização sobre a importância da preservação do patrimônio natural e contribuir para a construção de uma cidade mais resiliente e culturalmente rica. “Por fim, essa iniciativa pioneira muito corrobora com as diretrizes de conservação da geodiversidade pela Unesco, colocando Uberaba no centro do mundo com a esperada chancela e reconhecimento a Uberaba como um Geoparque, por essa e outras iniciativas sustentáveis em nosso território”, pontuou.
O projeto utiliza recursos públicos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente das Bacias Hidrográficas dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande, do Ministério Público Federal e da Prefeitura Municipal de Uberaba, no montante geral de R$200 mil.
As próximas etapas planejadas pelo projeto serão os trabalhos de campo percorrendo todo o perímetro de expansão da área urbana definida no Plano Diretor do município, com o objetivo de identificar a ocorrência dos tipos de rochas e a espessura sedimentar de sua formação, para que em seguida sejam elaborados mapas temáticos para subsidiar a confecção do mapa de zoneamento paleontológico, definindo por cores uma classificação que varia em nível de alto a baixo da possibilidade de encontrar fósseis em determinados pontos da área urbana. A expectativa é a finalização do trabalho até o final do ano e apresentação em audiência pública dos seus resultados.