Tempestade de terça-feira (29) não poupou áreas consideradas nobres. Região do bairro Mercês ficou destruída com o volume de água. Trecho que compreende as ruas Alfém Paixão, José Felício dos Santos, Episcopal e Afonso Rato se transformou em cenário para exposição dos destroços.
Durante o dia de ontem, personagens diferentes compartilhavam perdas semelhantes. Sentimento de desolação, comum a quem não teve tempo para resguardar prioridades.
Em edifício da rua José Felício dos Santos, 11 carros rodaram dentro da garagem, a estrutura do muro não resistiu, um dos automóveis foi parar no quintal vizinho. Surpresa para a salgadeira Maria do Carmo Silva Valadão que se deparou com a cena nos fundos da chácara logo pela manhã. Com o estrondo e a enchente ela perdeu parte da criação de aves.
Na rua Afonso Rato famílias se organizavam para limpar o que sobrou na calçada. Um lava-jato teve os equipamentos cobertos pela terra.
Síndica de um prédio atingido pela enxurrada, Marlize de Oliveira, reclamou a falta de auxílio da Prefeitura para organização dos pontos que foram alagados.
A Defesa Civil dividiu serviço com o Corpo de Bombeiros, conforme ressaltou o coordenador Sérgio Campos. Segundo ele, 2011 tem superado volume de água de anos anteriores.
Precipitação – Pluviômetro da Secretaria Municipal de Agricultura registrou 70 ml de chuva no período de uma hora na noite de terça-feira. A média de precipitação do mês gira em torno de 168 ml, deflagrando o volume alto que ocasionou estragos em parte da cidade.
A PMU reforçou a previsão para início do serviço de contenção de enchentes é para o final de abril e início de maio, enquanto isso, as obras desenvolvidas na área central de Uberaba são apenas para tratamento de esgoto. Para o fim das enchentes, o Codau aposta em obras de macrodrenagem que em duas etapas, incluem a duplicação das galerias de água de chuva no centro de Uberaba, no trecho que compreende a avenida Leopoldino de Oliveira e seguimentos. Posteriormente, o trabalho de microdrenagem trará ampliação de ramais de captação de água de chuva e bocas de lobo nas ruas do entorno do Parque Fernando Costa, na avenida Maria Santana Borges, no bairro Olinda e no conjunto Silvério Cartafina. Os recursos partem da ordem de mais de R$ 49 milhões, provenientes do PAC I e II. (JR)