PESQUISA

Universidades propõem método de baixo custo para detectar entorpecentes pela saliva

Tito Teixeira
Publicado em 07/10/2023 às 18:16
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O processo se dá pela descarga luminescente, espécies gasosas ionizadas e elétrons, que bombardeiam a superfície e promovem modificações dos materiais não obtidas por processos químicos convencionais (Foto/Divulgação)

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) propôs uma metodologia de baixo custo para detectar entorpecentes em amostras reais de saliva humana. O trabalho foi realizado juntamente com pesquisadores da Universidade de Uberlândia (UFU), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Unicamp e Polícia Civil do Distrito Federal.

O trabalho foi publicado através de artigo na revista Electrochimica Acta, intitulado “Oxygen plasma-treated graphite sheet electrodes: A sensitive and disposable sensor for methamphetamine”.

A pesquisa foi tema de doutorado do discente Jian Felipe Pereira, orientado pelo professor Rodrigo Munhoz, da UFU, com a colaboração do professor Rogério Gelamo, do Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas (ICTE/UFTM).

Na UFTM, a contribuição do professor Rogério Gelamo se deu através da funcionalização dos eletrodos de grafite comerciais utilizando processo de plasma frio reativo, que conferiu aos eletrodos importantes características para a detecção das espécies. Através desse processo de descarga luminescente, espécies gasosas ionizadas e elétrons bombardeiam a superfície e promovem modificações nas superfícies dos materiais não obtidas por processos químicos convencionais.

“Além disso, a técnica é ambientalmente correta por ser feita com gases a baixíssimas pressões (vácuo), sem descarte de resíduos, com pouco tempo de tratamento (alguns segundos apenas) e com baixíssimo consumo de energia elétrica. Os eletrodos tratados com plasma apresentaram um grande aumento na sensibilidade do sensor, permitindo a detecção de metanfetamina na faixa de 0.5 µmol/L, proporcionando uma metodologia mais rápida e mais barata que as técnicas convencionais de detecção dessa substância”, explicou Gelamo.

Além desse trabalho, o uso de plasma frio reativo para a obtenção de sensores de dopamina e nitrito também foi investigado em outros trabalhos do mesmo grupo de pesquisa.

“O uso desse tipo de tratamento rápido, barato e com aumento na sensibilidade de sensores eletroquímicos foi proposto com sucesso por nossos grupos, com ótima repercussão na comunidade acadêmica dessa área. Temos mostrado com sucesso que é uma técnica extremamente interessante para a produção de sensores, que podem chegar ao mercado a um baixo custo futuramente”, complementou o professor Rogério.

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