RECLAMAÇÕES

Usuários voltam a denunciar desabastecimento e atendimento nas UPAs, em Uberaba

Rafaella Massa
Publicado em 23/02/2024 às 15:46
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Paciente conta que esperou duas horas para tomar a quarta dose de uma vacina contra a raiva, enquanto a enfermeira estava sem atender e com a sala de vacina vazia (Foto/Arquivo)

Paciente conta que esperou duas horas para tomar a quarta dose de uma vacina contra a raiva, enquanto a enfermeira estava sem atender e com a sala de vacina vazia (Foto/Arquivo)

Infraestrutura e atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) são alvo de nova reclamação por parte de usuários do serviço. Ao Jornal da Manhã, os denunciantes apontam desatenção da equipe, demora no atendimento, falta de insumos e estrutura comprometida nas unidades. 

Conforme informações repassadas ao JM, os membros da equipe de atendimento estariam distraídos de suas obrigações devido ao uso excessivo do aparelho celular. "Tenho fotos da situação que a população está enfrentando lá nas unidades. Na UPA São Benedito, deveriam proibir o uso de celular, para ver se o atendimento fica mais ágil, porque havia pessoas idosas na cadeira de rodas, pessoas chorando de dor, etc.", afirma internauta. 

A mulher ainda menciona que o Ministério da Saúde deveria fazer uma análise das UPAs durante sua visita a Uberaba, referindo-se à passagem da equipe da pasta nesta semana. Após a visita, foi confirmado o restabelecimento dos repasses federais e estaduais para o custeio da UPA São Benedito. 

"O responsável do Ministério da Saúde deveria fazer uma visita às UPAs para ver como está a situação dos atendimentos e ver o sofrimento da população. Estive lá nesta quinta-feira (22) e estou horrorizada com o quanto está precário. O Raio-X está estragado, o paciente que precisa de um Raio-X tem que ficar esperando a ambulância para levar o paciente para o Hospital Regional para fazer o exame e depois voltar para a UPA. Aí fica lá aguardando horas e horas para ter o resultado", afirma. 

A mulher também aponta que faltam médicos e enfermeiros, além de insumos básicos. Ela pontua também que a estrutura do local está precária. "Está faltando tudo, até papel higiênico. Tem dois banheiros, mas o das mulheres está estragado e o dos homens não tinha água na descarga. Vaso cheio de excremento", reclama. 

Ainda, um paciente da unidade, Márcio Soares, conta que esperou duas horas para tomar a quarta dose de uma vacina contra a raiva, enquanto a enfermeira estava sem atender e com a sala de vacina vazia. "Na primeira vez que entrei, fui cadastrado para tomar a vacina. Na segunda, já exigiram que eu me cadastrasse novamente. A moça da vacina está sozinha na sala dela, não está aplicando vacina em ninguém. Se houver, é uma pessoa. E eu vou ter que entrar na triagem, tirar uma senha, medir a pressão... Eu estou ocupando a vaga de uma pessoa doente, que precisa", afirma. 

"Inclusive, a moça da vacina disse: 'Isso é um absurdo que está acontecendo aqui'. Eu não estou doente, eu estou com o cartão da vacina, é a última vacina que eu preciso tomar", acrescenta. 

Estas não são as primeiras reclamações de que as UPAs são alvo. Desde que a Sociedade Educacional Uberaba (SEU), o atendimento tem sido alvo de críticas, com usuários citando a demora no atendimento e a falta de insumos. Nesta semana, o JM noticiou a denúncia de uma paciente que precisou aguardar atendimento por 6 horas. 

A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a Sociedade Educacional Uberaba em busca de um posicionamento. Em nota, a instituição explica que o protocolo do Ministério da Saúde exige triagem para assegurar o bem-estar a pacientes em busca de vacinação. No que tange ao aparelho de raio-x, a instituição explica que se trata de plano de contingência. Não foi mencionada a suposta falta de insumos nas unidades. 

“O Ministério da Saúde exige que todos os atendimentos sejam devidamente registrados, por vários motivos: o paciente pode ter um mal-estar durante a aplicação da vacina, se ele não estiver cadastrado no sistema, a prestação de socorro a ele será bem mais difícil pela falta de identificação, por exemplo; a administração da vacina precisa de identificação para a segurança do próprio paciente, já que ao receber uma vacina, ele precisa ter registrado o lote da vacina, fabricante, validade etc.  

O tempo de espera varia diariamente, em função da gravidade dos pacientes presentes na unidade. Importante destacar que não é possível se deixar um colaborador dedicado especificamente para a atividade de vacina antirrábica, por exemplo, pois o volume de casos é baixo”, pontua nota. 

Sobre as reclamações referentes a infraestrutura e uso indevido do celular, a instituição aponta que supervisores acompanham a rotina de cada colaborador. “Caso haja excesso, ou uso indiscriminado de smartphones e afins, medidas administrativas são tomadas”, alega a nota. 

Quanto ao raio-x, o Hospital Regional serve como plano de contingência para as UPAs, para a realização de RX, quando o equipamento estiver fora de operação, segundo a SEU. Nesta quinta, a CR, equipamento responsável pela digitalização do Raio X, ficou inoperante. “Até a conclusão da manutenção, os pacientes estão sendo encaminhados para o HR para realizar o exame, conforme previsto no plano de contingência”, finaliza nota. 

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