"Amoleceu mesmo". É o que considera a Responsável Técnica da Central de Vacinas de Uberaba, Priscilla Amaral, sobre a procura da população aos imunizantes contra a Covid-19. Ela pondera que, após o anúncio do fim da pandemia e pelas inconsistentes reclamações de reações adversas, os cidadãos perderam o interesse na vacina bivalente, e isso pode ser prejudicial.
Números do Vacinômetro de Uberaba, atualizado pela última vez há uma semana, apontavam 25.337 aplicações de bivalente realizadas desde a liberação para o público geral adulto, em 27 de fevereiro. Esse número não chegava a 10% da quantidade de pessoas aptas a receberem o imunizante.
Vacinômetro pesquisado na quinta-feira (25) (Foto/Prefeitura de Uberaba/Tabela)
Na média, seriam 281 aplicações por mês, ou apenas 9,36 por dia.
"Estamos chegando a quase 30 mil doses aplicadas em Uberaba, mas nossos estoques estão abarrotados. A procura acaba aquém do que a gente gostaria. As pessoas justificam as possíveis reações adversas, mas temos que pensar sempre no custo-benefício. (...) Você pode ter uma indisposição, dor no corpo, nada diferente do usual, mas evita, no futuro, uma internação ou caso grave", avalia Priscilla Amaral.
Ainda neste sentido, ela esclarece que não há registros de casos de reação grave à aplicação. "Não tem sido nada além do preconizado, do que entendemos como normal, habitual. Quando são casos graves, temos que fazer o registro, e não tivemos nenhuma ocorrência", revela.
Se passou por um quadro de gripe recente, basta aguardar o fim dos sintomas para poder buscar a imunização contra a Covid-19 com bivalentes. Antes, era determinado um prazo, geralmente de 30 dias, para receber a dose. Mas isso mudou.
"Hoje a gente tem feito a vacinação quando a pessoa está sem sintomas [da gripe]. A regra tem sido a partir dessa afirmação. A pessoa que não tem sintoma gripal nenhum pode ir e realizar a vacinação. Agora, se ela teve Covid, foi positivada, a gente pede 30 dias. Mas tendo algum sintoma gripal, a gente aguarda passar os sintomas e faz em seguida", finaliza Priscilla Amaral.