A vazão do rio Uberaba triplicou, alcançando 3.600 litros por segundo na manhã desta terça-feira (4), segundo boletim divulgado pela Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau). O aumento expressivo ocorre após as chuvas registradas no fim de semana e representa o primeiro sinal consistente de recuperação no abastecimento de água da cidade.
Com a melhora do nível do manancial, todas as estações de reservação permaneceram abertas nesta terça, conforme o Plano de Contingenciamento da Seca. Desde o fim de semana, o sistema de transposição, usado para reforçar a captação de água, foi desligado, o que indica que a vazão natural voltou a suprir a demanda de captação.
Apesar da melhora, a autarquia informou que a alta turbidez da água exigiu ajustes no processo de tratamento, o que influenciou o volume armazenado. O índice de reservação subiu de 42,2% na noite de segunda-feira (3) para 49,8% nesta manhã.
A expectativa, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é de pancadas de chuva até o fim de semana, o que deve favorecer ainda mais a recarga do lençol freático e a estabilidade no fornecimento.
Mesmo com a melhora, a Codau reforça que o uso racional da água ainda é indispensável para garantir a recuperação plena do sistema. A companhia segue monitorando o nível do rio e a qualidade da água captada, enquanto mantém equipes de plantão para ajustar a operação conforme as condições climáticas.
Histórico recente de crise
Desde o início da crise hídrica, Uberaba enfrentou diversos fechamentos parciais e totais de reservatórios, em alguns casos por até 12 horas consecutivas, devido à queda na vazão do rio Uberaba, que chegou a registrar menos de 1.000 litros por segundo em outubro. O índice é muito inferior ao mínimo de 1.200 l/s necessário para o abastecimento regular da cidade.
A situação levou a prefeita Elisa Araújo (PSD) a decretar situação de emergência no abastecimento de água, no início de outubro, com validade inicial de 30 dias, prorrogável enquanto persistir o risco. O decreto permite aplicação de multas a quem desperdiçar água, com base na Lei Municipal 10.270/2007, que prevê penalidades para casos como lavar calçadas, ruas e veículos com mangueira ou deixar água tratada escoando continuamente.