Após fechamento do imóvel, protetoras colocaram ração e água para os animais do lado de fora (Foto/Divulgação)
Mais um caso de descumprimento da legislação municipal de cães e gatos comunitários é denunciado pela vereadora Denise Max (Patri), autora da lei, que tem a causa animal como principal bandeira de atuação. Segundo a parlamentar, há também possível configuração de maus-tratos no local, que abrigava cerca de 30 gatos, inclusive filhotes. Ainda de acordo com Denise Max, o imóvel foi todo cimentado para que os animais não tenham acesso. Questionada pelo Jornal da Manhã, a Superintendência de Bem-Estar Animal nega que tenha havido maus-tratos por parte da proprietária e afirma que aos animais continua sendo permitida a circulação no imóvel, mas que os dispositivos de água e alimentação passaram para o lado de fora.
Gatinho escondido no assoalho durante vistoria do Corpo de Bombeiros no imóvel (Foto/Divulgação)
A situação foi registrada na terça-feira (5) e, de acordo com relatos de Denise, uma das proprietárias do imóvel lacrou portas e janelas que dão acesso à rua com cimento. “As cuidadoras fazem um trabalho naquele local há cinco anos. Agora vem essa pessoa e fecha tudo de uma vez, os animais estão lá trancados sem ter o que comer, não podemos deixar isso desse jeito”, reclama.
Em imagens compartilhadas com a reportagem do Jornal da Manhã é possível ver caminhas e vasilhas com água e comida, que eram dispostas no interior do imóvel pelas protetoras. Contudo, segundo a vereadora Denise, todo o material foi descartado pela proprietária, de forma arbitrária. A parlamentar ainda se preocupa com a possibilidade de animais menores, como filhotes, terem ficado presos no interior do imóvel por não conseguirem sair.
Caminhas dispostas no interior do imóvel para os gatos pelas protetoras animais (Foto/Divulgação)
Denise pondera que, mesmo se tratando de propriedade particular, há lei municipal de sua autoria garantindo o direito das protetoras em dispor água e comida para animais comunitários, o que não estaria sendo feito pela proprietária do imóvel. Além disso, a parlamentar também afirma que tem ciência de que a proprietária está em seu pleno direito de não querer os animais dentro do imóvel, mas para removê-los é preciso respeitar a transição e/ou oferecer destinação para eles, o que deveria ser feito pela Superintendência de Bem-Estar Animal.
Protetoras flagraram descarte arbitrário de vasilhas de água e comida deixados para os animais pela protetora (Foto/Divulgação)
A reportagem do Jornal da Manhã acionou a superintendente de Bem-Estar Animal, Ana Paula Boaventura, sobre o caso. Ela afirma estar ciente sobre o caso e que, após conversas com a proprietária do imóvel, ficou acordado que seriam dispostos água e ração aos animais pelo lado de fora. Ana Paula explica também que a proprietária afirmou ter lacrado o imóvel para impedir a entrada de andarilhos, uma vez que está desocupado, e está exercendo seu direito de propriedade.
Colaborador da Superintendência de Bem-Estar Animal afixando dispensers de água e comida para os gatos do lado de fora do imóvel (Foto/Divulgação)
Contudo, a superintendente pontua que há possibilidade de acesso ao imóvel pelas laterais e pelo fundo, para que os animais continuem tendo trânsito por lá, caso queiram, mas o acesso de pessoas não é permitido. Ana Paula Boaventura assegura que todas as vistorias foram feitas no local para garantir que nenhum animal tenha ficado preso no imóvel e, por isso, não há flagrante de maus-tratos. Por fim, a superintendente aponta que continuará acompanhando o caso.
Imagem mostrando os animais no imóvel, após frente ser cimentada, para confirmar o acesso deles ao local (Foto/Reprodução vídeo enviado pela superintendente de Bem-Estar Animal)