NA BRONCA

Vigias de Uberaba cobram maior valorização após discurso do presidente da Funel

À Rádio JM, Luiz Medina ponderou que os vigias efetivos, na maioria, estão "com idade" e não há mais a disposição para "correr atrás" de infratores

Rafaella Massa
Publicado em 12/07/2023 às 11:18
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Vigias efetivos da Prefeitura de Uberaba reclamam sobre desvalorização da categoria, após fala do presidente da Funel, Luiz Alberto Medina, ao Jornal da Manhã. Em nome da categoria, o vigia Donizette Souza afirma que as tratativas com Executivo para o pagamento do adicional de periculosidade não avançam e já foi considerada até a extinção do cargo.

Após ser questionado sobre a segurança do Parque das Acácias (Piscinão), durante entrevista no programa Pingo do J, da Rádio JM, Medina afirmou que a administração tem investido em terceirização, quando se trata da segurança do patrimônio público. “Vigia na prefeitura é um problema crônico, só que é muito caro terceirizar. Geralmente, os vigias efetivos da prefeitura são pessoas que estão lá há mais tempo. Então, não tem aquela pegada de antes de correr atrás de um cara, de cercar, a agilidade que a gente precisa. O objetivo agora é terceirizar, pegar essas pessoas de mais idade e pôr no administrativo. Porém, custa muito caro”, pontuou o presidente da Funel.  

Veja a entrevista completa:

Ao JM, Donizette pontua que “é um problema crônico porque eles querem”, já que a categoria teria apresentado soluções à administração, ignoradas. “A gente já deu ideia para a administração resolver e eles não querem. Já tivemos até reunião com a prefeita há um tempo atrás, mas ela não mostrou interesse em resolver. Nós estamos pedindo pelo adicional de risco e a regularização das horas excedentes porque tem vários da categoria que fazem 12h por 36h, sendo que a carga horária máxima no concurso é 30 horas semanais e eles não pagam excesso”, afirma o representante.  

Segundo Souza, após a contratação de uma empresa terceirizada, em janeiro de 2021, ocasionou na retirada de 18 vigias do Centro Administrativo, de forma que hoje o quadro compõe 180 funcionários. “Eles pagam agora R$2 milhões por ano para manter esses vigilantes lá”, alega.  

Donizette aponta que não é trabalho do vigia correr atrás de infratores, o que se restringiria a conservação do patrimônio público, o controle da entrada de pessoas e fazer o comunicado à autoridade competente. “Vigia não foi feito para correr atrás não, isso é serviço da Guarda Municipal. Inclusive, Araxá, Uberlândia e demais municípios aí pagam o adicional de risco a periculosidade para o vigia municipal e aqui é a única cidade que não paga periculosidade. Você acha que o cara, despreparado, sem capacitação vai ficar mexendo, correndo atrás de malandro?”, pontua.  

Ao JM, Luiz Medina explicou que dos vigias que disponíveis na Funel, muitos são do quadro mais antigo da Prefeitura de Uberaba e já possuem mais idade. “Tem vários mais velhos que não têm condição mesmo de correr atrás de ladrão. Então, nós estamos tendo que dar uma oxigenada e mudar o estilo de guarda. Eles não são vigias mesmo, são porteiros e alguns vigias da noite. Mas nós realmente precisamos dar uma oxigenada”, avalia o presidente da Fundação.  

Ainda segundo Medina, o pedido pelo adicional de periculosidade não foi aprovado por não ser exigido dos vigias que seja feita uma segurança mais ostensiva dos locais. “Eles não vão correr atrás de bandido e querem o adicional de periculosidade do cargo. O pessoal já está mais idoso, eu não vou por eles para sair correndo atrás de bandido e fazer ações que não competem a idade deles”, finaliza. 

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