Após polêmica, técnicos brasileiros ligam para Ancelotti e reforçam apoio ao comandante da Seleção

O constrangimento gerado no 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores, na sede da CBF, não ficou sem resposta dentro da própria classe. Depois das declarações de Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira contra a presença de técnicos estrangeiros no país, nomes de peso do futebol brasileiro buscaram Carlo Ancelotti por telefone para manifestar apoio direto ao treinador da Seleção.

Entre os que ligaram estão Luiz Felipe Scolari, Renato Gaúcho e Rogério Ceni. A mensagem comum foi simples e firme: as críticas feitas no palco não representam o pensamento de grande parte dos profissionais do Brasil. Scolari — campeão do mundo em 2002 e com passagem por Portugal — reforçou ao italiano que há respeito e respaldo ao trabalho atual no comando da equipe nacional.

Nos bastidores, a leitura é de que o episódio, embora desagradável, acabou evidenciando um movimento contrário: o de proteção ao ambiente da Seleção e de reconhecimento à trajetória de Ancelotti. Pessoas próximas relatam que o italiano agradeceu os gestos e disse se sentir bem recebido no país, decidido a não esticar a polêmica.

A CBF, por sua vez, optou por não emitir nota. A avaliação interna é a de que o próprio debate público já sinalizou o isolamento das falas de Leão e Oswaldo, enquanto a confederação e o treinador saíram “bem” do episódio. A direção da casa também percebeu aumento da aceitação a Ancelotti, a ponto de ver com bons olhos a continuidade do vínculo até 2030.

No campo prático, a rotina segue. Após divulgar a última lista de 2025, Ancelotti cumpre agenda de viagem: passa por Madri e, na sequência, por Londres. O Brasil fecha o ano com amistosos contra Senegal e Tunísia — jogos marcados, respectivamente, para Londres e Lille — dentro do plano de preparação que leva à Copa do Mundo de 2026.

O recado mais amplo, no entanto, ficou fora dos gramados: diante de uma rusga pública, treinadores brasileiros reagiram de maneira privada e direta, tentando virar a página com uma dose de sobriedade — e deixando o técnico da Seleção à vontade para concentrar a atenção no que realmente importa nas próximas semanas: convocação, ajustes e desempenho em campo.