O julgamento de Dudu segue aberto — e o debate, ainda longe de terminar (Foto/Instagram Galo)
A recente sessão do STJD que analisou a conduta do atacante Dudu, do Atlético-MG, abriu espaço para uma nova controvérsia jurídica e midiática. O episódio, que já envolvia a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ganhou mais repercussão após uma fala da advogada de defesa do jogador viralizar nas redes sociais.
Durante o julgamento, a advogada afirmou: “Seria misoginia se ele tivesse falado: ‘vai trabalhar na cozinha’”. A declaração, feita diante dos auditores, teve ampla repercussão e gerou reações entre torcedores, juristas e representantes de movimentos sociais. O comentário reacendeu o debate sobre o uso correto do termo misoginia e os limites entre crítica e preconceito de gênero.
A matéria, assinada pela jornalista Rafaela Lucena e publicada originalmente no site da Super Rádio Tupi, mostra que o caso de Dudu foi além do futebol e passou a ocupar espaço no debate público nacional.
O jogador foi punido com seis jogos de suspensão após publicar uma frase ofensiva em seu perfil no Instagram. A multa de R$ 90 mil inicialmente aplicada foi retirada posteriormente. No entanto, a defesa do atleta questiona a legalidade do julgamento.
Os advogados apresentaram nova petição ao STJD, com pedido de anulação da punição. Eles alegam suspeita de vício no processo, já que a relatora do caso, Renata Mendonça, apareceu em uma fotografia ao lado das advogadas de Leila Pereira minutos antes do início da sessão.
Para a defesa, essa imagem compromete a isenção do julgamento e levanta dúvidas sobre a imparcialidade da relatora. Além disso, o novo documento questiona a utilização do termo “misoginia” no processo, alegando que ele está sendo usado de forma indevida e politizada.
“Ao invés de fortalecer o combate ao machismo, o presente procedimento acaba por enfraquecê-lo”, afirma o texto apresentado pelos advogados. Eles também sustentam que o processo compromete avanços na luta pela dignidade feminina ao banalizar conceitos importantes.
O STJD, por sua vez, justificou a punição apontando que a atitude de Dudu “evidencia um traço estrutural de resistência à autoridade feminina”. Esse trecho do acórdão ampliou ainda mais o alcance do caso, que se transformou em símbolo de uma discussão mais ampla sobre ética, discurso e representatividade no esporte.
O julgamento permanece sem desfecho. A nova petição será avaliada em outra sessão, cuja data ainda não foi divulgada. Enquanto isso, o Atlético-MG acompanha o caso com atenção, pois a eventual liberação do jogador pode impactar diretamente o planejamento da equipe na temporada.
Segundo Rafaela Lucena, autora da matéria divulgada pela Super Rádio Tupi, o episódio já repercute nos bastidores da política esportiva e nos bastidores dos tribunais desportivos. Para ela, a fala da advogada, embora feita em tom de defesa, abriu uma nova frente de debate que ultrapassa os muros do futebol.
Dessa forma, o caso de Dudu tornou-se um dos episódios mais complexos e comentados do futebol brasileiro em 2025, reunindo esporte, justiça e discurso social em um mesmo palco. O julgamento segue aberto — e o debate, ainda longe de terminar.
Fonte: SUPER RADIO TUPI