Flamengo puxa onda bilionária de patrocínios das bets no Brasileirão

O mercado de apostas esportivas se consolidou como a principal fonte de receita comercial para os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Segundo levantamento recente, 18 das 20 equipes da elite contam com patrocínio de casas de apostas, movimentando mais de R$ 1,1 bilhão por ano. As informações são do jornalista Ricardo Magatti do Jornal “O Estado de São Paulo” e da “Agência Estado”.

O acordo mais robusto pertence ao Flamengo. O clube rubro-negro fechou contrato com a Betano que garante R$ 268,5 milhões anuais, valor considerado o maior patrocínio já firmado na história do futebol brasileiro. Antes, o time recebia R$ 115 milhões da Pixbet.

Esse salto financeiro elevou significativamente o montante distribuído pelas bets e reforçou a dependência crescente dos clubes em relação a esses contratos. No caso do Flamengo, o aporte pode ser ainda maior, dependendo de bônus vinculados ao desempenho esportivo, cláusula comum nesses acordos.

Na sequência, Corinthians e Palmeiras ocupam o topo da lista de maiores beneficiados. O clube alvinegro recebe R$ 103 milhões por temporada da Esportes da Sorte, enquanto o alviverde tem acordo com a Sportingbet que garante R$ 100 milhões fixos. Há ainda a possibilidade de ganhos adicionais de até R$ 70 milhões para o Palmeiras em caso de conquistas de títulos.

O São Paulo aparece logo atrás, com R$ 78 milhões anuais. O contrato com a Superbet prevê reajustes progressivos até atingir R$ 140 milhões em 2030, ano em que o clube completará 100 anos de fundação.

Entre os dez maiores acordos, estão ainda Vasco (Betfair), Atlético-MG (H2Bet), Botafogo (VBet), Fluminense, Santos (7K), Grêmio e Internacional (ambos com a Alfa.bet). A lista mostra como as apostas dominaram o espaço nobre das camisas brasileiras.

Ainda segundo a matéria do Estadão, atualmente, apenas Red Bull Bragantino e Mirassol não exibem bets como patrocinadores principais, embora também tenham vínculos com o setor. O Bragantino é parceiro da Betfast, enquanto o Mirassol é patrocinado pela 7K.

O avanço das apostas no futebol nacional foi acelerado no período pós-pandemia. As empresas aproveitaram o espaço deixado pelos bancos, especialmente a Caixa Econômica Federal, que dominava os uniformes na década passada. Com a saída do banco estatal e a participação tímida de instituições digitais, abriu-se espaço para o novo filão.

Em 2024, somente cinco clubes da Série A não tinham patrocínios do ramo. A tendência se consolidou em 2025, com 18 equipes exibindo marcas de apostas. O estudo Mapa do Patrocínio, do Ibope Repucom, mostrou que as bets representaram crescimento de 25% em relação a 2023, quando 12 empresas do setor estavam presentes nas camisas.