Cristiano Dresch cita dívidas milionárias e pede agilidade da CNRD para proteger clubes menores (Foto/AssCom Dourado)
Antes da partida contra o Goiás, na Arena Pantanal, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, voltou a colocar luz sobre um tema que, segundo ele, afeta diretamente o planejamento do clube: as dívidas de equipes da Série A com o Dourado. Em tom firme, o dirigente afirmou que o cenário atual cria desequilíbrios esportivos e financeiros, especialmente quando clubes maiores utilizam jogadores adquiridos sem quitar as negociações.
Dresch destacou o caso de Raniele, contratado pelo Corinthians no início de 2024. Segundo o presidente, o volante se tornou peça importante em Itaquera, mas apenas duas parcelas do acordo foram pagas — um total de R$ 1,4 milhão, frente aos R$ 19 milhões previstos. Para o dirigente, o uso do atleta sem a liquidação da compra expõe falhas no sistema de controle do mercado nacional.
O presidente também mencionou pendências de Santos e Atlético-MG. No caso do Galo, ele lembrou que o jogador adquirido foi decisivo na campanha que levou o clube à final continental do ano anterior, e que o atleta já até gerou lucro em revenda, sem que o compromisso inicial com o Cuiabá tenha sido honrado integralmente.
Dresch argumenta que atrasos prolongados travam investimentos, obrigam o Cuiabá a recorrer a empréstimos e prejudicam um clube que opera com orçamento mais restrito. Por isso, cobrou que a Confederação Brasileira de Futebol fortaleça a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), entidade responsável por analisar casos de dívidas entre clubes.
Segundo ele, processos que poderiam ser resolvidos em meses acabam se arrastando por anos, criando uma sensação de impunidade. “Eu tenho a legitimidade para cobrar quem me deve. Isso não prejudica só nossas contas, prejudica nosso projeto”, afirmou o dirigente, reiterando que espera decisões mais rápidas e maior rigor em casos semelhantes.
Para o presidente, a melhoria do sistema de cobrança e julgamento é essencial para dar segurança a clubes de menor orçamento, que dependem de fluxo de caixa saudável para competir de forma equilibrada no cenário nacional.