Presidente do Palmeiras Leila Pereira endurece discurso e propõe campeonato sem o Flamengo

A tensão entre Palmeiras e Flamengo ganhou novos capítulos nesta terça-feira (30). Em entrevista ao portal R7, a presidente do Verdão, Leila Pereira, elevou o tom contra a postura da diretoria rubro-negra e sugeriu até mesmo a formação de uma nova liga nacional de clubes, sem a participação do Flamengo.

A declaração veio poucos dias depois de o time carioca conseguir uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), suspendendo o repasse de R$ 77 milhões referentes a uma parcela dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

Segundo Leila, a atitude do rival ultrapassa qualquer discussão saudável sobre receitas. “O Flamengo tem que jogar sozinho, se quiser. Ninguém é maior do que o futebol brasileiro. Se eles acham que são, que disputem partidas contra o sub-20 deles mesmos”, ironizou a dirigente.

A presidente defendeu a união dos clubes que integram a Libra, liga formada por 13 equipes, incluindo Palmeiras, Atlético-MG, Grêmio, Santos, São Paulo e outros. Para ela, a briga do Flamengo apenas atrapalha a construção de um modelo sustentável para todos.

O montante bloqueado judicialmente seria repartido entre os demais membros da associação. Entre os clubes beneficiados estão ABC, Bahia, Bragantino, Guarani, Paysandu, Remo, Sampaio Corrêa e Vitória.

Na visão do Flamengo, os critérios de divisão adotados pela Libra não reconhecem de forma justa o peso de sua torcida e a capacidade de gerar receitas. O clube argumenta que, sozinho, representa quase metade da base de torcedores da liga, e, por isso, deveria receber uma fatia maior da receita vinculada à audiência de pay-per-view.

Em comunicado recente, o Rubro-Negro afirmou que o estatuto da Libra garante a todos os filiados poder de veto sobre os critérios de distribuição, mas que suas objeções foram desconsideradas em assembleias realizadas nos últimos meses.

Do lado palmeirense, a resposta veio em tom duro já no sábado passado, em nota oficial. O clube classificou a ação rubro-negra como “predatória” e “torpe”. Apesar de reconhecer que seria favorecido por uma eventual alteração, o Palmeiras afirmou que sua prioridade é o crescimento coletivo do futebol brasileiro.

A fala de Leila intensifica o racha entre os dois gigantes. Além do Palmeiras, outros clubes como São Paulo, Santos, Atlético-MG e Vitória já haviam se manifestado contra o movimento do Flamengo.

“Quero ver qual audiência o Flamengo teria jogando sozinho. Futebol não é feito de um time só”, concluiu Leila.