
Reinaldo tem o nome limpo em decisão que reconhece perseguição política durante o regime militar (Foto/CAM)
A história de um dos maiores ídolos do Atlético-MG ganhou um novo capítulo de justiça e reparação. Reinaldo, voz ativa contra a ditadura militar e símbolo da resistência no futebol brasileiro, teve sua condenação anulada após décadas de questionamentos sobre a legitimidade do processo que o atingiu no auge da carreira.
A decisão reconhece formalmente que o ex-atacante foi alvo de perseguição política em um período em que o regime utilizava mecanismos de controle e censura para silenciar opositores — inclusive no esporte. Reinaldo sempre foi mais do que um goleador: era um atleta com opinião firme, defensor de causas sociais e crítico do autoritarismo, o que o colocou na mira de setores do governo da época.
O processo que o condenou, agora anulado, era visto por especialistas e historiadores como uma tentativa direta de frear sua influência pública. O jogador jamais deixou de denunciar que havia sido punido não por seus atos, mas por suas ideias. A anistia chegou décadas depois, trazendo alívio e reconhecimento tardio.
A decisão também reforça a importância de revisitar episódios que marcaram vidas e carreiras durante a ditadura. Para muitos, o caso de Reinaldo simboliza o impacto silencioso do regime sobre pessoas que ousaram romper a barreira do medo.
Ídolo de gerações e recordista de gols com a camisa alvinegra, ele agora vê sua história corrigida. Para torcedores, pesquisadores e defensores da democracia, o gesto da Justiça representa não apenas uma vitória pessoal, mas um acerto com o passado.
Reinaldo agradeceu publicamente o apoio dos que sempre acompanharam sua luta e reforçou a necessidade de manter vivas as memórias do período militar, para que erros semelhantes nunca voltem a acontecer. A anistia fecha uma ferida antiga e devolve ao ex-jogador aquilo que sempre foi seu: a dignidade e o reconhecimento pleno de sua trajetória.