DENÚNCIA GRAVE

Taubaté acusa Eagle Football e SAF Botafogo de fraude e sonegação fiscal em venda de atacante

Publicado em 06/08/2025 às 11:53
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A Eagle Football é comandada pelo empresário norte-americano John Textor, presidente do Botafogo (Foto/Thiago Veras/Radio Tupi)

A Eagle Football é comandada pelo empresário norte-americano John Textor, presidente do Botafogo (Foto/Thiago Veras/Radio Tupi)

O Esporte Clube Taubaté, do interior paulista, fez uma denúncia grave nesta terça-feira (5), envolvendo a SAF do Botafogo e a holding internacional Eagle Football, comandada pelo empresário norte-americano John Textor. Segundo o clube, houve simulação de transação fraudulenta e sonegação fiscal na venda do atacante Vitor Sapata ao futebol europeu.

A negociação que motivou a denúncia envolve o RWD Molenbeek, da Bélgica — clube que também pertence à Eagle Football. De acordo com o Taubaté, a SAF Botafogo adquiriu apenas 70% dos direitos do jogador por R$ 300 mil, mantendo 30% com o clube paulista. Pouco tempo depois, o atleta foi transferido para o Molenbeek sem que houvesse qualquer compensação financeira ao Taubaté, que se considera lesado.

VENDA “GRATUITA” LEVANTA SUSPEITAS

A diretoria do Taubaté contesta o fato de a transferência internacional ter sido feita sem valores declarados, mesmo com o jogador tendo contrato com o Botafogo até 2026 e multa rescisória estimada em US$ 70 milhões (cerca de R$ 385 milhões).

"Uma venda de um atleta de um grande clube brasileiro para a Europa 'de graça'", ironizou o Taubaté, em nota oficial. Para o clube, trata-se de uma tentativa clara de burlar regras tributárias e negar o repasse devido aos formadores do jogador.

A diretoria reforça que ainda detém 30% dos direitos econômicos de Vitor Sapata e promete cobrar judicialmente os valores que entende como devidos.

REINCIDÊNCIA E ALERTA AO MERCADO

O comunicado vai além do caso específico e alerta que essa prática pode estar sendo adotada contra outros clubes brasileiros. O Taubaté afirma que as ações da SAF Botafogo e da Eagle Football prejudicam não apenas os clubes de formação, mas também "ferem o direito de clubes que integram a própria holding".

CRISE INTERNA AGRAVA CENÁRIO DA EAGLE FOOTBALL

A denúncia do Taubaté surge em um momento crítico para a Eagle Football. A holding vive um processo de desestabilização, com John Textor sendo gradualmente afastado do comando das operações em diferentes clubes da rede — como o Lyon (França), Molenbeek (Bélgica) e o próprio Botafogo (Brasil).

No Lyon, Textor já foi retirado da presidência após um acordo que garantiu a permanência do clube na elite francesa, mesmo em crise. Investidores como Ares, Michele Kang e Iconic Sports, detentores de 40% da Eagle, exigiram o desligamento do executivo norte-americano.

No Brasil, a SAF Botafogo também enfrenta forte instabilidade, com ações judiciais, atrasos em pagamentos e possibilidade de revenda da operação ainda durante a temporada.

MOVIMENTAÇÕES INTERNAS E SUSPEITAS DE TRIANGULAÇÃO

A venda "gratuita" de atletas entre clubes do mesmo grupo levanta a suspeita de que haja uma estrutura de triangulação para movimentar jogadores entre mercados internacionais, driblando mecanismos legais, como direitos de formação, transparência contratual e prestação de contas ao fisco.

O caso exposto pelo Taubaté poderá se tornar mais um capítulo judicial na já delicada relação entre clubes brasileiros e grupos empresariais internacionais que atuam sob o modelo de SAF.

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