Vinte e um anos de reclusão para autor de latrocínio que tirou a vida do advogado Aldo Fachinelli. Sentença atinge Wanderson Freitas
Vinte e um anos de reclusão para autor de latrocínio que tirou a vida do advogado Aldo Fachinelli. Sentença atinge Wanderson Freitas Oliveira, 24 anos, na prisão há um ano. A pena, que inicialmente era de 20 anos, foi aumentada em um ano em razão da idade da vítima, que tinha 63 anos.
Fachinelli morreu baleado ao reagir a assalto praticado pelo réu, que nunca admitiu qualquer participação no crime, ocorrido por volta de 23h do dia 7 de dezembro de 2007, dentro da residência da vítima. Parentes da vítima presenciaram os fatos, inclusive a esposa do advogado, entre outras pessoas que estavam na casa invadida pelo réu, que teria pulado a grade do imóvel.
Ao flagrar o ladrão de arma em punho, o advogado teria tentado desarmar o mesmo, entrando em luta corporal com Wanderson. Além de dois tiros no abdômen, ele levou várias coronhadas na cabeça, morrendo doze horas depois no hospital onde fora internado.
Sem convencer na tentativa de provar a inocência do cliente, a defesa do réu também tentou, sem êxito, desclassificar o crime de latrocínio para lesão corporal seguida de morte. Tomando por base especialmente o depoimento das testemunhas que fizeram o reconhecimento do réu como sendo o autor do crime, o juiz Daniel Botto Collaço transcreveu trechos de depoimentos, como da viúva, ressaltando que Wanderson foi taxativamente reconhecido.
O magistrado titular da 3ª Vara Criminal da Comarca também reconheceu que o acusado nada levou da vítima, mas explicou que tal fato nada altera a situação jurídica do réu. Afinal, conforme entendimento do juiz Collaço, o réu nada levou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade, incluindo o susto que levou em razão de haver várias pessoas no imóvel, incluindo um genro da vítima. Prevaleceu no caso a intenção do autor do crime. As testemunhas ouvidas na delegacia e no Fórum confirmaram os fatos, inclusive derrubando o álibi do acusado, que disse estar na casa de sua namorada no momento do crime.
Também pesou para condenação testemunho de uma comerciante de roupas revelando que, embora não trabalhasse, Wanderson comprava até R$ 3 mil de roupa por mês para dar de presente à sua namorada. Aliás, partiu da comerciante a informação que levou a polícia a desvendar a autoria do crime. Ela procurou a polícia após ouvir o rapaz conversando com a namorada sobre o crime que teria praticado. A conversa surgiu no momento em que a comerciante informou ao casal que estava de mudança e que sua loja passaria a funcionar na residência que foi de Aldo Fachinelli.
Ao final da sentença condenatória, a autoridade determinou que a pena seja cumprida em regime fechado, bem como negou a ele o direito de recorrer da condenação em liberdade. É certo que a defesa recorrerá da decisão, que é de primeira instância.