INCLUSÃO FINANCEIRA

Bitcoin e Inclusão Financeira no Brasil: Tendências e Números

A inclusão financeira é um grande desafio no Brasil. As criptomoedas e serviços baseados em blockchain podem ter papel decisivo na sua reversão.

Publicado em 06/02/2024 às 08:54
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Criptos e a inclusão financeira no Brasil

(FOTO/ REPRODUÇÃO)

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No Brasil, as pessoas cada vez mais percebem que as criptomoedas e a web3 revolucionaram o mundo das finanças e uma infinidade de outros produtos, como jogos e apostas disponíveis em plataformas como a 777 Bet bitcoin cassino. Mas seus impactos são mais profundos, como apontam especialistas. Cada vez mais, essa digitalização do mundo financeiro tem sido útil no combate a um velho problema brasileiro, que é a exclusão financeira.

Uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que aproximadamente 34 milhões de pessoas no Brasil não tinham acesso a serviços bancários até o ano de 2018. No mundo, segundo dados do Banco Mundial, esse número chega a aproximadamente 1,7 bilhão de adultos até o ano de 2017.

Esse número de pessoas consideradas desbancarizadas é formado basicamente por população de baixa renda, sobretudo concentradas em periferias de cidades grandes e no interior do país, como nas zonas rurais.

Esse número pode mesmo ser considerado subestimado, sob certa perspectiva, porque muitas pessoas que têm formalmente acesso aos serviços bancários os têm de maneira bastante pontual e precária, muito restrita a serviços bastante específicos. Isso sem contar que predomina desinformação, o que muitas vezes implica pagamento de taxas que poderiam ser mais baixas ou a não contratação de serviços que poderiam impactar positivamente as vidas dessas pessoas.

As moedas digitais, como o BItcoin e o Ethereum, podem ajudar a reverter esse quadro. Por meio de aplicativos descentralizados (dApps) e plataformas baseadas em tecnologia blockchain, essas pessoas excluídas do sistema bancário podem ter acesso a uma grande variedade de serviços financeiros. Tendo isso em vista, vamos explorar um pouco desse cenário no Brasil.

Como as criptomoedas podem ajudar na inclusão financeira?

Antes de nos debruçarmos sobre aspectos específicos do Brasil, precisamos esclarecer como as moedas digitais podem contribuir para a inclusão financeira da população. E são muitas contribuições, algumas delas muito pouco discutidas.

Com moedas como o Ethereum e o Bitcoin, pessoas podem receber e enviar valores sem depender de instituições bancárias. Tudo isso pode ser feito de maneira transparente e segura, de forma rápida e desburocratizada. Isso beneficia, principalmente, pessoas de países ou áreas cuja infraestrutura bancária seja precária ou mesmo inexistente. Isso é a realidade de alguns lugares do mundo, como aqueles mais pobres, zonas de guerra ou locais remotos, mas também ocorre em certos locais do Brasil, como em zonas rurais e em partes da Região Amazônica, por exemplo.

Outro benefício importante para pessoas pobres é o fato de que operações com moedas digitais, de modo geral, não exigem saldo mínimo e nem fazem verificação de crédito. Esses dois impeditivos muitas vezes barram a entrada dessas pessoas, perfis muito comuns em países pobres e nos emergentes — como o Brasil — no sistema bancário.

Isso sem contar que, bem utilizadas, as criptomoedas e transações na blockchain pode conferir a essas pessoas algo, via de regra, inédito em suas vidas, que é um controle de sua vida financeira.

Inclusão financeira no Brasil e as criptomoedas

Houve alguns avanços na inclusão financeira no Brasil nos últimos anos. Em novembro de 2023, o Banco Central informou que cerca de 190 milhões de pessoas no país possuem algum tipo de contracorrente ativa. Inovações como o PIX ou a poupança digital do Caixa Tem impulsionam essa melhora. Mas há muito o que melhorar, e as criptomoedas têm grande potencial para tornar essa história ainda melhor.

Ainda com a melhora, há ainda muitas pessoas desbancarizadas no Brasil. E como dissemos acima, precisamos lembrar que muitas pessoas que têm serviços bancários os têm muito precariamente, podendo usá-los apenas em serviços muito específicos — como recebimento de benefícios sociais governamentais, por exemplo.

Ao mesmo tempo, várias pesquisas mostram que no Brasil existem mais smartphones que pessoas, e que brasileiros passam, na média, mais tempo conectados que a maioria das pessoas de outros países. Dessa forma, existe um campo imenso a se explorar no Brasil de disponibilização de serviços financeiros não tradicionais, como os que as várias empresas de criptoativos oferecem.

Nesse sentido, todos ganham. A população terá acesso a serviços e uma autonomia no seu gerenciamento que seus bancos não proporcionam. Por sua vez, as empresas de criptos podem ampliar sobremaneira seu público, diversificando-o.

Assim, uma educação financeira que seja abrangente e atinja as classes populares, além do desenvolvimento de produtos na blockchain que atendam essa população, serão essenciais nos próximos anos. A inclusão financeira e a ampliação dos negócios em moedas digitais no Brasil estão em jogo.

DREX e novas possibilidades

Apesar de não ser uma criptomoeda, o Drex, o “real digital” criado pelo Banco Central que funcionará como uma versão digital do tradicional papel moeda, tem levantado uma série de debates a respeito do futuro das criptos no Brasil. Muitos apontam para um grande potencial de negócios e ampliação da inclusão financeira no Brasil, dentre outros pontos.

Uma das expectativas é que o Drex incentive a população na procura de serviços financeiros inteiramente digitalizados, familiarizando-se cada vez mais com a tecnologia blockchain. O processo pode ser similar ao que ocorreu com os aplicativos bancários: se até alguns anos atrás, era comum desconfiança em relação a eles e muitas pessoas preferiam os caixas eletrônicos ou operados por pessoas nas agências, hoje eles são praticamente onipresentes nas vidas das pessoas.

Isso tende, por exemplo, a forçar mudanças de perfil e ampliação de portfólio de produtos financeiros baseados em blockchain que sejam mais acessíveis e amplamente divulgados no Brasil. Isso envolve as instituições bancárias, que se movimentam nesse sentido, mas também cria uma janela de oportunidades para empresas especializadas em criptos.

Enfim, existem muitas possibilidades que podem ser exploradas, mostrando um grande potencial. Cabe agora entender a necessidade da inclusão financeira no país e as possibilidades abertas com as tecnologias digitais, a blockchain e economia descentralizada.

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