A defesa do ex-presidente apresentou os documentos uma semana após Alexandre de Moraes autorizar a quebra do sigilo, pedida pela PF na investigação do caso das joias
Jair Bolsonaro é investigado por episódio das joias recebidas do regime da Arábia Saudita (Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução)
Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópias dos extratos bancários dos quatro anos em que esteve na Presidência da República. A defesa do ex-presidente apresentou os documentos uma semana após o ministro Alexandre de Moraes autorizar a quebra do sigilo, pedida pela Polícia Federal (PF) na investigação do suposto esquema de venda de presentes de alto valor entregues por delegações estrangeiras e que deveriam ser incorporados à União. No entanto, os advogados pediram a manutenção do sigilo sobre os dados bancários.
A defesa do ex-presidente afirmou, na petição ao STF, que ele apresenta a documentação de forma “espontânea”, a fim de que não seja preciso “movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão”. Entre os dados dos extratos, estão as vendas de um carro, um jet-ski e ressarcimento de despesas com saúde. As informações são do blog de Julia Duailibi, do portal G1.
"Em que pese a ausência de qualquer intimação que permitisse a confirmação de tal determinação, o peticionário comparece de forma espontânea aos presentes autos, para apresentar seus extratos bancários, do período em que atuou como Presidente da República, afastando a necessidade de se movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão", afirma a petição assinada por Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser.
E continua: “Considerando o teor dos documentos ora apresentados, requer a decretação do sigilo da presente petição e seus anexos. Não obstante, informa que está à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos acerca de sua movimentação bancária”.
A petição ainda destaca que Bolsonaro alcançou o cargo mais alto do Executivo brasileiro, bem como foi eleito por voto popular nas eleições de 2018, e que ele se manteve “fiel aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, pilares constitucionais que pavimentam a administração pública”.
Na quinta-feira (24), a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, noticiou que os advogados iriam pedir a devolução das joias entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: O Tempo