Impostômetro mostra marca de R$ 2 trilhões (Foto/ACSP/Divulgação)
Os brasileiros pagaram, até o final de agosto, R$ 2 trilhões em impostos, anunciou o Impostômetro, “termômetro” de tributos organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na noite dessa quarta-feira (30/08). O volume é mais que o dobro de todo o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, que, em 2022, foi estimado em R$ 924,7 bilhões.
Neste ano, o pagamento de impostos acelerou. Em 2022, a marca de R$ 2 trilhões foi atingida em 14 de setembro. A inflação acumulada deste então explica parte dessa aceleração, segundo o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo. "Vale destacar que a redução temporária nos impostos sobre os combustíveis, de certa forma, amenizou o impacto do aumento geral dos preços”, pontua o especialista em comunicado à imprensa, lembrando o corte dos impostos durante o ano eleitoral.
Neste ano, os impostos estão no centro do debate político devido à reforma tributária, que tramita no Congresso após décadas de debate. Embora não prometa uma redução de impostos, ela prevê simplificação dos tributos e pode levar à queda do preço de alguns produtos, como os itens da cesta básica.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e outras instituições propõem um passo além, com uma reforma ampla que reveja o que o brasileiro paga hoje em dia. Da forma como os impostos são cobrados hoje em dia, descreve o Idec, a tributação é injusta. Isso porque a incidência de impostos sobre produtos faz com que os mais pobres paguem mais do que os ricos. Tanto ricos quanto pobres compram alimentos, por exemplo, e pagam os mesmos tributos sobre eles, enquanto lucros e dividendos de empresários milionários escapam do Imposto de Renda.
“Com mais de 50% da carga sobre o consumo, a tributação no Brasil é extremamente regressiva, incidindo proporcionalmente mais sobre os mais pobres e a classe média do que sobre os mais ricos. Isto é, quando todos pagam a mesma alíquota de imposto, quem tem menor renda paga proporcionalmente mais imposto em relação à renda total que tem”, argumenta documento compartilhado pelo Idec.
Fonte: O Tempo