APELO

Campanha “Remédio a Preço Justo” cobra revisão na regulação de preços de medicamentos no Brasil

Ação do Idec conta com 75 mil assinaturas de populares, para contestar as variações de custos de fármacos

Nubya Oliveira/O Tempo
Publicado em 02/07/2025 às 11:07
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O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou a campanha “Remédio a Preço Justo”, que já reúne mais de 75 mil assinaturas, para contestar as variações — que, conforme a entidade, — podem chegar até 400% nos custos de um mesmo medicamento em farmácias de uma mesma cidade. A iniciativa pressiona por uma revisão nas regras que atualmente definem o valor dos fármacos no país.

O Idec aponta que os preços-teto definidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) estão frequentemente muito acima dos valores reais praticados nas prateleiras, favorecendo lucros elevados para farmácias e indústrias em detrimento da população brasileira. Segundo o instituto, em muitos casos, remédios vendidos com grande diferença de preço estão separados por poucas quadras, um “cenário que afeta diretamente o bolso dos consumidores e onera os cofres do Sistema Único de Saúde (SUS), que também compra medicamentos sob essas regras de preço,” diz a entidade.

“No Brasil, o preço é fator determinante do acesso a medicamentos. A maioria dos gastos com remédios é arcados diretamente pelas famílias, e parte significativa da população não recebe os fármacos gratuitamente ou sequer consegue tê-los por falta de recursos financeiros. Além disso, pesquisas realizadas pelo Idec ao longo dos anos concluem que as regras atuais não cumprem a função de impedir aumentos abusivos ou grandes variações de preço,” revela a coordenadora do Programa de Saúde do Idec, Marina Paullelli.

Para mudar essa realidade, a campanha defende quatro pilares principais:

  1. Cálculo do teto com base na realidade brasileira — evitando usar parâmetros de países com perfil socioeconômico incompatível;
  2. Revisão do teto quando os preços caírem — o que hoje é proibido pela legislação, mesmo quando o valor real de mercado é bem inferior ao máximo permitido;
  3. Transparência na cadeia de produção — com exigência de que a indústria farmacêutica divulgue custos de pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição;
  4. Participação social na CMED — com inclusão de representantes da sociedade civil nas decisões sobre preços.

Para viabilizar essas mudanças, o Idec também apoia o Projeto de Lei 5.591/2021, que propõe atualizar a fórmula de cálculo dos preços máximos de medicamentos. A proposta tramita no Congresso Nacional e é vista como estratégica para equilibrar o acesso à saúde com o controle sobre os lucros da cadeia farmacêutica.

De acordo com Paullelli, encerrada a fase de mobilização popular, o próximo passo será pressionar diretamente as autoridades. “O Idec pretende entregar as assinaturas coletadas às autoridades que participam do estabelecimento das regras de preços, para indicar que a população tem urgência e interesse na atualização das regras sobre preços de medicamentos”, afirma.

Petição

A campanha “Remédio a Preço Justo” permanece aberta à adesão de novos apoiadores. A meta do Idec é alcançar 80 mil apoiadores para reforçar o apelo por mudanças.

Fonte: O Tempo

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