Chope tem uma pesada carga tributária (Foto/Reprodução)
Cachaça, caipirinha e chope são os produtos com a maior carga tributária no Carnaval, segundo o Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Os tributos podem passar de 80%. O levantamento da associação mostra que, do valor total da cachaça, 81,9% são impostos. A caipirinha tem 76,7%, e o chope, 62,2%. A lista contém 26 itens, incluindo outras bebidas alcoólicas, água, preservativo, passagens aéreas e adereços carnavalescos.
Refrigerante, adereços para a folia e cerveja também têm boa parte de seu preço final composto por tributos. Nestes casos, do total, mais de 40% são de carga tributária. De acordo com Marcel Solimeo, economista da ACSP, o motivo de alguns itens de Carnaval terem altos tributos é porque são considerados supérfluos. "Alguns produtos são considerados supérfluos e, portanto, possuem tributação elevada." Bebidas alcoólicas também são itens que, por si só, já têm carga tributária maior, conforme legislação específica.
Os impostos cobrados sobre as passagens aéreas estão entre os menores da lista deste ano montada pela associação, perdendo apenas para o preservativo, mas Solimeo alerta para o fato de que viajar de avião está mais caro. Dentre os motivos está o encarecimento do combustível para aviação. "As pessoas foram impedidas de viajar durante dois anos e, mesmo com o preço das passagens aéreas nas alturas, não deixarão de aproveitar o feriado para curtirem a folia", afirma o economista.
Segundo a ACSP, as passagens aéreas tiveram alta na tributação entre 2019 e 2023. Naquele ano, o percentual de tributos correspondia a 9,25%. Agora, está em 22%. Impostômetro De 1º de janeiro deste ano até esta quarta-feira (8), os brasileiros já pagaram mais de R$ 378 bilhões em impostos. Em 2022, o valor chegou a quase R$ 3 trilhões, segundo o impostômetro da ACSP. O painel com os valores está instalado na região central da capital paulista.
Os impostos correspondem ao montante arrecadado por governos federal, estadual e municipal e incluem taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária. Em 2021, o painel registrou aproximadamente R$ 2,6 trilhões em tributos. O aumento entre 2021 e 2022 foi de 11,5%. Em média, por ano, o brasileiro trabalha mais de cem dias para pagar impostos.
Governo federal prepara reforma tributária Um dos principais focos de atuação da área econômica do novo governo é aprovar uma reforma tributária. A intenção é simplificar impostos e tornar mais justa a tributação. Há projetos antigos na Câmara e no Senado que tratam sobre o tema, mas que não avançaram. O modelo de legislação ainda está sendo debatido no Ministério da Fazenda, mas a tendência é seguir a linha de uma das propostas já em trâmite no Congresso, que vem sendo debatida desde as gestões petistas anteriores. (CRISTIANE GERCINA/Folhapress)
VEJA OS IMPOSTOS DOS PRODUTOS DO CARNAVAL 2023 - Produto - Imposto (em %):
Cachaça: 81,9
Caipirinha: 76,7
Chope: 62,2
Refrigerante (lata): 46,5
Colar havaiano: 46
Espuma em spray: 45,9
Refrigerante (garrafa): 44,6
Máscara de plástico: 43,9
Confete/serpentina: 43,8
Óculos de sol: 44,2
Cerveja artesanal: 42,7
Cerveja (lata): 42,7
Cerveja (garrafa): 42,7
Máscara de lantejoulas: 42,7
Biquíni de lantejoulas: 42,2
Protetor solar: 41,7
Cavaquinho: 38,3
Pandeiro: 37,8
Fantasia: 36,41
Biquíni: 34,1
Água mineral: 31,5
Hospedagem em hotel: 29,6
Passagem aérea: 22,3
Preservativo: 18,8
Fonte: O Tempo