Andrei Rodrigues disse que a PF trabalha, inicialmente, com atos de terrorismo ou abolição do Estado Democrático de Direito em Brasília (Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, declarou que o homem que provocou explosões em Brasília na quarta-feira (13) criou “armadilhas para matar policiais”. Isso, ao deixar explosivos armados em locais que seriam investigados.
Francisco Wanderley Luiz provocou um atentado na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde morreu. Em uma casa que estava de aluguel em Ceilândia (região administrativa no Distrito Federal distante cerca de 30 km do centro de Brasília), ele deixou artefatos em uma gaveta.
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As bombas explodiram de forma “gravíssima”, segundo o chefe da PF, quando um robô antibomba fez a averiguação da gaveta residência. De acordo com Andrei, o instrumento “salvou a vida de alguns policiais”, que seriam atingidos caso a revista tivesse sido manual.
O diretor-geral da PF contou sobre a “armadilha” ao se manifestar contrário à discussão que ocorre no Congresso Nacional para anistiar envolvidos nos atos de 8 janeiro de 2023 (quando houve a depredação das sedes dos Três Poderes) e ao fazer ligação com as explosões desta quarta-feira.
"Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, pessoas tensionarem, assassinarem outras pessoas, atentarem contra um poder do Estado, de tentar vitimar policiais - porque ele sabia que policiais iam na sua residência e deixou lá artefato para matar os policiais que ingressassem na sua residência”, afirmou em coletiva de imprensa.
Andrei frisou que não estava falando de pessoas “que quebraram um quadro ou uma cadeira”, mas sim de “ações violentas contra o Estado Democrático de Direito”.
“[Estamos falando] de ações gravíssimas de atos terroristas, de tentativa de homicídio - e felizmente ficou na tentativa. Estamos falando aqui de armadilhas para matar policiais que estavam fazendo a investigação. Eu aqui entendo também que não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, completou.
Entenda
Francisco Wanderley Luiz provocou duas explosões na Praça dos Três Poderes, em frente ao prédio do STF, na noite de quarta-feira. Em um momento, ele segurou um artefato que o matou ao explodir. O homem também estacionou seu carro próximo à Câmara dos Deputados. O veículo estava carregado de explosivos que, de acordo com as informações iniciais, foram acionados à distância.
O corpo dele passou a noite no local pelo risco de novas explosões, enquanto o esquadrão antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar desativou outros artefatos encontrados.
Também foram identificados um trailer alugado por Francisco e estacionado na Câmara dos Deputados, próximo ao carro, e uma casa armada com explosivos. A PF ainda investiga uma caixa encontrada próximo aos prédios públicos e que pode ter relação com o atentado.
Francisco acumulava, em suas redes sociais, mensagens críticas. Natural de Rio do Sul (SC), ele tinha 59 anos, era filiado ao PL e disputou o cargo de vereador nas eleições de 2020.
Fonte: O Tempo.