Brasil convocou os demais países membros do Conselho de Segurança da ONU para reunião de emergência no último domingo (8) (Foto/UN Photo/Mark Garten 27-9-13 - via O Tempo)
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou, nesta quarta-feira (18), a proposta apresentada pelo Brasil. Os Estados Unidos vetaram a resolução feita pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.
A proposta brasileira citava, entre outros pontos, “os ataques terroristas atrozes do Hamas que ocorreram em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis”. Além disso, incentivava "o estabelecimento de corredores humanitários e outras iniciativas para a entrega de ajuda humanitária a civis”.
Por ter a presidência do grupo até dezembro, a sessão foi aberta pelo embaixador do Brasil na ONU, Sérgio França Danese. Após mudanças sugeridas pela Rússia no texto, a matéria foi para votação. No conselho, 12 países foram favoráveis à resolução, como China e França. Rússia e Reino Unido se abstiveram, enquanto os Estados Unidos votaram contra. (Veja abaixo como votou cada país)
Como os EUA são um membro permanente do colegiado, o país possui poder de veto sobre qualquer decisão do colegiado, o que impediu que o projeto do governo brasileiro fosse para frente, mesmo que a maioria do grupo tivesse se posicionado de forma favorável à resolução.
Uma das justificativas utilizada pelo governo americano para o veto foi a de que o país ficou "desapontado" por o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel em meio ao conflito. A explicação foi dada pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.
A votação havia sido postergada desde a última segunda-feira (16). Na mesma data, o Conselho havia rejeitado a proposta de resolução da Rússia sobre o conflito no Oriente Médio. A iniciativa buscava um cessar-fogo imediato. No entanto, o projeto não mencionava o Hamas pelo nome.
Já na última terça-feira (18), a votação foi adiada minutos após ser comunicado o bombardeio a um hospital na Faixa de Gaza, que deixou cerca de 500 pessoas mortas, segundo o Ministério da Saúde local. Esse ataque tem sido considerado como o “mais mortal” que ocorreu na região desde o início do conflito, no último dia 7, entre Israel e o grupo extremista Hamas. A autoria desse bombardeio ainda é desconhecida.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes que detêm poder de veto sobre qualquer decisão: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Além deles, há países que integram o colegiado por um período de dois anos.
Atualmente, são eles: Albânia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça. O Brasil já ocupou uma cadeira não permanente no Conselho por 11 vezes ao longo de sua história.
Fonte: O Tempo