PROJEÇÕES

Como devem ficar o dólar e a bolsa de valores em agosto, diante do tarifaço de Trump? Entenda

Moeda norte-americana pode valorizar mais, e bolsa pode ser impactada

Juliana Siqueira/O Tempo
Publicado em 04/08/2025 às 08:12
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Em um cenário de instabilidade após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, definir os rumos do dólar e da bolsa de valores neste mês de agosto não é uma tarefa fácil, de acordo com especialistas. No entanto, é possível assumir algumas possibilidades: probabilidade de valorização da moeda norte-americana frente ao Real e impactos na B3 devido à percepção internacional sobre o Brasil e eventual aumento do risco de investimento.

Economista chefe da Monte Bravo, Luciano Costa destaca que o tarifaço acabou sendo menos prejudicial para a balança comercial do que era imaginado, devido à lista de exceções. “É um impacto moderado para baixo na balança comercial. Considerando isso e olhando as elasticidades do câmbio, a gente imagina que o câmbio precisaria depreciar em torno de 3% a 4% em relação aos níveis pré-anúncio das tarifas, em torno de 9 de julho”, diz ele.

Naquele momento, o câmbio estava em R$ 5,4, então, analisa ele, com as mudanças, deve ficar em torno de R$ 5,50 ou R$ 5,60, movimento que já vem fazendo. “Depreciações maiores do que essa, só se houvesse uma escalada do conflito em termos de retaliação, o governo brasileiro retaliando. Não parece ser o caso. O governo está preferindo não fazer retaliação e buscar mais negociação”, diz ele.

Pós-graduado em engenharia financeira, Thiago Meira de Castro lembra que no cenário internacional, o dólar enfraqueceu diante de incertezas fiscais internas e temores de que o isolamento comercial dos Estados Unidos reduza sua influência econômica. 

“O euro, por exemplo, subiu para US$ 1,17, uma valorização expressiva que mostra a perda de força do dólar em escala global”, diz ele. “No Brasil, o impacto foi imediato. O dólar comercial, que havia atingido R$ 5,62 no fim de julho, caiu para R$ 5,5453 no dia 1º de agosto, uma baixa de 0,98% em relação ao dia anterior. Apesar do alívio momentâneo, o Real continua sob pressão. As tarifas impostas aos produtos brasileiros afetam diretamente a balança comercial, reduzindo a entrada de dólares no país e provocando uma desvalorização cambial. Além disso, a volatilidade aumenta com a cautela de investidores estrangeiros, preocupados com o ambiente de instabilidade política e econômica”, ressalta.

Bolsa de valores

Em relação à B3, a bolsa de valores brasileira, a situação também é incerta. Analista de ativos da Monte Bravo, Bruno Benassi lembra que empresas que teriam mais impacto, como a Embraer, fazem parte das exceções do tarifaço de Trump. No entanto, há outros fatores que podem impactar a bolsa, como se houver o aumento da percepção de risco do investidor estrangeiro sobre o Brasil. “Vai envolver como o investidor internacional enxerga a percepção de risco de investir no Brasil”, diz ele.

O economista Alex André lembra que, após a lei Magnitsky ter sido aplicada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, os impactos também podem se estender à bolsa. “O Brasil acaba sendo colocado como holofote, depois da aplicação da lei em cima do ministro, como um dos países que acabam violando os direitos humanos, e as relações diplomáticas não só com os Estados Unidos, mas com outros países podem ser afetadas”, diz ele.

Ações mais seguras neste momento

Professor de Economia do UniArnaldo Centro Universitário de Belo Horizonte, Alexandre Miserani destaca que, diante das incertezas da bolsa de valores, o momento é de investir nas ações mais tradicionais, como Petrobras e Embraer. Ele lembra, ainda, que se o Brasil adotar a lei da reciprocidade em relação ao tarifaço, a área de tecnologia pode ser prejudicada, já que grande parte dos produtos têm origem nos Estados Unidos. Por isso, é preciso ficar atento.

O economista Alex André destaca as ações com previsibilidade de resultados, com receita menos volátil e que tenham menos participações nas exportações.

Fonte: O Tempo

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