
Escritório onde trabalha Viviane Brci de Moraes foi contratado pelo Banco Master (Foto/Ricardo Stuckert/PR)
O Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro, contratou o escritório Barci de Moraes, onde trabalham a mulher, Viviane Barci, e dois filhos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O valor do contrato foi de R$ 3,6 milhões por mês durante três anos — o que totalizaria R$ 129 milhões. As informações são da jornalista Malu Gaspar, do jornal "O Globo".
Durante a operação Compliance Zero, em novembro, Vorcaro foi preso pela Polícia Federal (PF) e teve seu celular apreendido. O documento com essa informação sobre o valor do contrato com o escritório de advocacia foi encontrado no aparelho.
De acordo com a jornalista, o valor total previsto seria pago apenas no caso de cumprimento integral do contrato. O documento dizia também que o escritório Barci de Moraes deveria representar o banco onde fosse necessário.
O contrato foi extinto, e o valor total não foi pago, já que o banco foi liquidado e o acordo não foi cumprido integralmente. "Tudo indica, porém, que o escritório foi regiamente pago enquanto possível, porque nas mensagens com a equipe Vorcaro deixava claro que os desembolsos para Viviane eram prioridade para o Master e não podiam deixar de ser feitos em hipótese alguma", diz a coluna de Malu Gaspar.
Viviane Barci de Moraes representa o Master em algumas ações, mas o banco não revela quais. Porém, não consta no acervo processual do STF ações do Master em que Viviane seja advogada, conforme levantamento do jornal "O Globo".
Daniel Vorcaro foi preso em Guarulhos (SP) no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras. A ação ocorreu um dia após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, medida que encerrou de imediato a possibilidade de avanço nas negociações de venda ao Grupo Fictor.
Ele foi solto 12 dias depois por decisão da desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e o cumprimento de outras medidas restritivas durante as investigações.
Fonte: O Tempo.