Pela primeira vez, o oficial reformado da PM e ex-diretor da Penitenciária de Uberaba apresentou sua versão para graves denúncias contra o mesmo no processo-crime em que foi preso em flagrante em 2006, durante inspeção do juiz Daniel Botto Collaço e do promotor Carlos Alberto Valera.
Ontem, Hilton Del Duque foi interrogado pelo juiz Ricardo Cavalcante Motta, dentro do processo penal a que responde em razão do ocorrido na época. Ele apresentou sua versão para os fatos, assim como Thiago Augusto de Oliveira, que também é réu no processo. Este último era assessor direto do então dirigente, processado por crime de concussão.
Conforme o ex-diretor declarou em juízo, ele não praticou os atos apontados na denúncia do Ministério Público, garantindo que as liberações regulares de presos eram apenas para aqueles que estavam no regime aberto ou semiaberto. Del Duque também negou que tenha recebido propina de quem quer que seja enquanto administrava aquela unidade prisional.
Ele teceu acusações pesadas contra o promotor de Justiça que acompanhava o juiz durante a inspeção. Afirmou ter sido humilhado, inclusive sendo algemado por ordem de Carlos Valera. Após ter a prisão ratificada na delegacia de polícia, declarou ter sido “trancafiado numa cela do batalhão”, acrescentando que, em razão do ocorrido, passou a tomar remédio e ter acompanhamento psiquiátrico. O ex-diretor declarou ainda ter sido pressionado para assinar seu pedido de demissão.
Antes do interrogatório, o juiz Motta colheu os depoimentos das testemunhas de defesa dos réus. Já as testemunhas de acusação foram ouvidas em audiência anterior.