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O dólar à vista bateu um novo recorde histórico ao ultrapassar pela primeira vez a barreira dos R$ 6 e embora tenha fechado o dia um pouco abaixo desse patamar, a alta foi expressiva, refletindo o crescente desconforto do mercado com as propostas fiscais do governo.
Com forte pressão sobre o câmbio, que já dura dois dias consecutivos, o Banco Central decidiu, mais uma vez, não intervir com leilões extras de dólares – uma estratégia que tem sido adotada com frequência nos últimos anos, mas que, até agora, não tem conseguido conter a volatilidade da moeda.
O governo, por sua vez, tenta acalmar os ânimos do mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a faixa de isenção do Imposto de Renda será ampliada para aqueles que ganham até 5 mil reais mensais. Contudo, a medida virá acompanhada de um aumento na taxação para os mais ricos, ou seja, para quem recebe acima de 50 mil reais por mês.
Com o cenário tenso, o dólar fechou com uma alta de 1,30%, sendo cotado a 5,9910 reais – o maior valor nominal de fechamento já registrado. No acumulado de 2024, a moeda americana já apresenta uma valorização impressionante de 23,49%, refletindo a ansiedade do mercado frente aos desafios fiscais do governo e à instabilidade econômica.
Analistas também criticaram o pacote econômico anunciado na noite de quarta-feira, avaliando que o Governo perdeu boa oportunidade de propor ações mais eficazes contra os gastos públicos.