O bilionário Elon Musk vem publicado reiterados ataques a Alexandre de Moraes desde a suspensão do X no Brasil (Foto/Apu Gomes/Getty Images/AFP)
O empresário sul-africano Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), afirmou neste sábado (31) que o povo brasileiro “saberá dos crimes” que, segundo ele, foram cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde que foi determinada a suspensão da plataforma no Brasil, Musk tem feito uma série de publicações atacando o magistrado e usando adjetivos como “ditador malvado” e “pseudo-juiz” para classificá-lo. Desta vez, ele acusa Moraes de burlar a lei brasileira.
“Nós estaremos publicando a longa lista de crimes de Alexandre, junto com as leis brasileiras que ele quebrou ontem. Obviamente, ele não precisa seguir as leis dos Estados Unidos, mas precisa obedecer às leis de seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um justiceiro”, publicou.
Em outros posts, o bilionário comparou o ministro ao vilão da série Harry Potter, Lord Voldemort, e disse que ele “está tirando o direito das pessoas à liberdade de expressão de forma tirana”.
Além disso, Musk chegou a sugerir que usuários brasileiros usem conexões VPN para driblar a ordem judicial e acessar o X. No entanto, Moraes determinou a aplicação de uma multa diária de R$ 50 mil para qualquer pessoa que utilizar esse tipo de rede para ter acesso à plataforma.
As redes chamadas de VPN (Rede privada virtual, na sigla em inglês) permitem ao usuário ocultar sua conexão e acessar conteúdos que sejam bloqueados em seu país. Assim, mesmo após o X ser bloqueado no Brasil, a ferramenta poderia ser utilizada para acessar a plataforma.
A ordem para o bloqueio da plataforma ocorreu após a empresa de Elon Musk não cumprir a determinação do ministro Alexandre de Moraes de indicar um novo representante legal no país.
A intimação foi feita às 20h07 de quarta-feira (28), dando à empresa um prazo de 24 horas para acatar a ordem. No entanto, a companhia confirmou que não seguiria a determinação e, em comunicado, afirmou que, nos próximos dias, publicará "todas as exigências ilegais" do magistrado, bem como "todos os documentos judiciais relacionados, para fins de transparência".
A intimação de Moraes foi publicada na página oficial do STF no próprio X, onde foram marcados os perfis de Elon Musk e do Global Government Affairs da rede social. Na decisão, o ministro determinou a "indicação, em 24 horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil, em território nacional, devidamente registrados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp)."
Alexandre de Moraes alertou que, caso a empresa não apresentasse um representante legal, a rede social seria suspensa até que as ordens judiciais fossem cumpridas e as multas diárias pagas.
A decisão foi tomada por Moraes após a plataforma acusar o magistrado de ameaçar de prisão seus funcionários e anunciar, em 17 de agosto, o fechamento de seu escritório no Brasil. Desde então, a companhia não possui representação oficial no país.
"A decisão de fechar o escritório X no Brasil foi difícil, mas, se tivéssemos concordado com as exigências de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas de @alexandre, não haveria como explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados".
Em outra postagem, a empresa declarou: "Não há dúvidas de que Moraes precisa sair. Ter um 'justiceiro' que viola a lei repetidamente e flagrantemente não é justiça nenhuma".
Fonte: O Tempo