A adolescente foi assassinada com tiros na cabeça e no rosto e, antes da morte, contou a amigas que era vítima constante de violência
Adolescente foi morta com tiros e o namorado é o principal suspeito (Foto/Redes Sociais/ Reprodução)
A Polícia Civil da Paraíba prendeu em flagrante o empresário Gilson Cruz de Oliveira, 56, suspeito de assassinar uma adolescente de 15 anos com quem tinha um relacionamento amoroso. O feminicídio aconteceu na tarde de domingo (14), em Monteiro, uma cidade de 33 mil habitantes localizada a 319 km de João Pessoa.
O empresário foi preso na segunda-feira (15) em Brejo da Madre de Deus, no interior de Pernambuco, com a ajuda da Polícia Militar. No domingo, a polícia descobriu que ele estava em Caruaru (PE), mas saiu da cidade antes da chegada do Grupo Tático Especial de Monteiro.
Oliveira foi levado de volta para a Paraíba, onde as investigações continuam. A adolescente foi assassinada com tiros na cabeça e no rosto. Áudio divulgado pela TV Paraíba mostra que ela havia contado a uma amiga que era vítima constante de violência por parte do namorado.
"Ele já tentou fazer muita coisa comigo. Já jogou a pistola dele na minha cara, estourou minha cabeça e tive que dar pontos", disse. "Mas nunca tive coragem de denunciar". Maria Lúcia dos Santos, mãe da vítima, disse à emissora de TV que a filha era maltratada e recebia ameaças. A adolescente temia que a família também fosse alvo de violência.
Amigas da jovem informaram à polícia que ela aparecia com marcas no corpo, inclusive mordidas. O suspeito já havia sido condenado, em primeira instância e com direito a recurso, por lesão corporal contra a filha.
A defesa do empresário ainda não falou sobre o caso.
Ao menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no país de março de 2015 (quando a lei sobre o tema foi criada) a dezembro de 2023, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicado com exclusividade pela Folha em março.
A lei do feminicídio, sancionada em março de 2015, qualifica o crime quando ele é cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quando envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Fonte: O Tempo