Estiagem eleva custo da energia: conta de luz fica mais cara em agosto

A conta de luz vai pesar mais no bolso dos brasileiros a partir de agosto. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a aplicação da bandeira vermelha no patamar 2, o nível mais caro do sistema de tarifas. Com isso, será cobrado um adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos — valor mais alto do que os R$ 4,46 cobrados anteriormente, quando a bandeira estava no patamar 1. 

É a primeira vez desde outubro de 2024 que esse nível é acionado. O motivo é a falta de chuvas nas principais regiões onde estão localizadas as hidrelétricas do país. Com menos água nos reservatórios, as usinas produzem menos energia e o governo precisa acionar termelétricas, que têm custo de operação muito mais alto. 

Esse encarecimento já começou a ser sentido na inflação. De acordo com o IPCA-15 de julho, a energia elétrica residencial subiu 3,01%, sendo o item com maior impacto positivo no índice, com 0,12 ponto percentual. 

A Aneel vinha aplicando a bandeira vermelha no patamar 1 desde junho, mas especialistas do setor elétrico, como a empresa Armor Energia, já previam a mudança para o nível 2 em agosto, diante da piora no cenário hídrico. Segundo a companhia, uma possível melhora — e consequente redução na tarifa — dependerá da recuperação dos reservatórios nas próximas semanas. 

A arrecadação extra gerada pelas bandeiras tarifárias serve para cobrir os custos adicionais com a geração de energia mais cara. Desde fevereiro, a combinação de chuvas abaixo da média, aumento do risco hidrológico e alta no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) tem pressionado o sistema, levando à adoção de medidas mais duras para equilibrar o fornecimento.