O Conselho de Sentença da 2ª Vara Penal da Comarca de Belém decidiu pela condenação do fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, que foi submetido a júri sob a acusação de ser o mandante da morte da missionária Dorothy Stang em fevereiro de 2005.
O réu foi apenado a 30 anos de reclusão, a serem cumpridos em regime inicialmente fechado e permanecerá preso no Centro de Recuperação do Coqueiro. Negando o crime e se recusando a responder perguntas da Promotoria, Bida não demonstrou qualquer emoção ao ser pronunciada a sentença, pelo juiz Raimundo Moisés Flexa.
O réu teve a pena agravada pelo fato de a vítima ser pessoa idosa. A tese defendida pela acusação foi de homicídio duplamente qualificado, praticado com promessa de recompensa, motivo torpe e uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima.
Foi a terceira vez que Bida foi submetido a júri pela acusação. Na primeira foi condenado e na segunda, absolvido, mas o Tribunal anulou a sentença em julgamento de recurso de apelação movido pelo Ministério Público. O quinto e último réu no processo, Regivaldo Galvão, será julgado em sessão marcada para o dia 30 de abril deste ano.
A condenação do fazendeiro Bida, ganhou repercussão na imprensa internacional. Veículos como CNN, BBC, "The New York Times", "USA Today" e "The Guardian" destacaram a informação.
O crime ocorreu em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará. Outras três pessoas também foram condenadas: Rayfran das Neves, que cumpre 28 anos de prisão; Clodoaldo Batista, 17 anos; e Amair Feijoli, 18 anos. A missionária morava havia mais de 20 anos na região, ajudando agricultores ameaçados por fazendeiros e madeireiras ilegais.