Foto Ilustrativa
Em recente entrevista ao Pingo no J, na Rádio JM, a psicóloga Dilce Avlis, enfatizou a necessidade de pais serem atuantes na educação dos filhos, orientando e dando direcionamento para que quando adultos possam ter comportamentos mais condizentes com a própria idade. Pais que não impõem limites aos seus filhos acabam criando adultos imaturos e despreparados para lidar com as adversidades da vida, segundo a especialista.
“Crianças que podem tudo não conseguem adultecer. Podem se tornar agressivos, reagem de forma frustrada, porque viveram de forma atropelada. Pais e mães não são amigos, são orientadores”, explica Dilce Avlis.
A educação recebida em casa e as vivências enquanto crianças influenciam diretamente na forma como o adulto vai agir. A declaração da psicóloga foi no âmbito do recente episódio envolvendo a modelo e apresentadora Ana Hickmann, vítima de violência doméstica.
“A meu ver, a gota d’água para ela reagir à situação foi a educação do filho, já que na infância ela presenciava a violência que o pai cometia com a mãe”, frisa.
Outra vertente é o esposo, acusado de ter cometido as agressões. Ele é um adulto frustrado e, por isso, desconta hoje suas frustrações nas pessoas que convive, segundo a análise de Dilce. “Uma pessoa ferida, fere as outras, inclusive fisicamente como foi o caso dele”, frisa.
Violência doméstica
De acordo com a psicóloga, quando uma personalidade expõe a sua situação publicamente serve como encorajamento para outras mulheres que sofrem com a mesma situação. Muitas mulheres permanecem em relações ruins por causa dos filhos, por questões financeiras, por falta de amor-próprio e falta de autoconfiança e aí terceirizam a situação pra que o outro resolva. “A proteção que não teve na infância reflete agora na vida conjugal”, ponderou.
A 10ª edição da pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, realizada em novembro no Senado Federal, mostra que 30% das mulheres do país já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. Dentre elas, 76% sofreram violência física, índice que varia de acordo com a renda. Enquanto 64% das mulheres que sofreram violência doméstica ou familiar e que recebem mais de seis salários-mínimos declaram ter sofrido violência física, esse índice chega a 79% entre as vítimas com renda de até dois salários-mínimos.