JUDICIÁRIO

Hacker da 'Vaza Jato', Walter Delgatti é preso por descumprir medidas cautelares

Walter Delgatti não poderia acessar internet e nem se ausentar de endereços, mas teria violado as normas

O Tempo
Publicado em 28/06/2023 às 16:59Atualizado em 28/06/2023 às 17:02
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Walter Delgatti foi preso após descumprir regras determinadas pela Justiça, como não acessar a internet (Foto/Reprodução)

Walter Delgatti foi preso após descumprir regras determinadas pela Justiça, como não acessar a internet (Foto/Reprodução)

O hacker Walter Delgatti Neto, que ficou conhecido por invadir perfis no aplicativo Telegram e vazar mensagens de integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (27) em São Paulo. A informação foi revelada pelos jornalistas Andrea Sadi e Otávio Guedes na "GloboNews" e pelo jornal "O Globo".

A prisão decretada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, teria se dado por descumprimento de ordens impostas pela Justiça. Ele teria criado e-mails e uma conta em um site de compras, mesmo com a proibição de usar redes sociais. Além disso, um e-mail vinculado a uma conta bancária para angariar doações por meio de Pix também foi criado e acessado em setembro, outubro e novembro do ano passado.

Segundo o relatório da PF sobre o caso, imagens feitas por ele para comprovar a veracidade da identidade em sites de compra foram feitas após a proibição de acesso à internet. O hacker também ausentou-se dos endereços fornecidos pela Justiça em Araraquara e Ribeirão Preto, ambas cidades no interior de São Paulo.

Ao jornal "O Globo", seus advogados, Ariovaldo Moreira e Matheus Henrique Moreira, defenderam que o cliente colaborou na ação policial e afirmou que acessou a internet por necessidade, por se tratar de um instrumento de trabalho.

Walter Delgatti foi detido em julho de 2019 em razão da invasão dos perfis de Telegram que deram origem aos dados da chamada "Vaza Jato'. As mensagens contribuíram para mudar a posição de parte do Judiciário e garantir a anulação de processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por causa das ações nesse caso, ele responde na Justiça por interceptação telefônica ilegal e invasão de dispositivo informático.

Depois do episódio, ele também se encontrou com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a última campanha, em agosto do ano passado. Imagens reveladas pela revista Veja mostraram que ele se reuniu com o presidente a convite da deputada federal Carla Zambelli, com quem passou a trabalhar por certo período.

Fonte: O Tempo

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