Os entregadores do iFood já contam, desde junho deste ano, com uma nova função no aplicativo que permite o registro de denúncias de agressão. Para relatar um caso grave, basta que esses trabalhadores acionem um botão de emergência. Em seguida, o setor de segurança da plataforma entra em contato e oferece assessoria jurídica e psicológica para as vítimas de discriminação. Os usuários que tiverem suas denúncias comprovadas serão banidos e estarão impedidos de usar o aplicativo.
Em entrevista para a FM O TEMPO, o diretor de impacto social do iFood no Brasil, Jhonny Borges, explicou que a medida foi adotada para coibir o aumento dos casos de violência e incentivar as denúncias. “É um serviço que estamos oferecendo para inibir os casos de agressão e estamos trabalhando para que eles não sofram violência. O objetivo, no futuro, é que esse serviço nem venha a ser utilizado”, disse.
Segundo dados da plataforma, entre agosto e outubro deste ano, foram registrados 55 agressões em Minas Gerais. Em todo o país, de janeiro até novembro, o Ifood contabilizou 4 mil casos de violência contra os entregadores. No entanto, acredita-se que haja uma subnotificação. “Às vezes o entregador sofre violência diária que ele já não encara mais aquilo como violência. Por isso esse botão de emergência está mais explicito no aplicativo do entregador”, afirmou o Jhonny Borges.
Como denunciar
Logo em seguida, a equipe de segurança do iFood fará contato com o entregador, que terá acesso a assistência jurídica e psicológica. O apoio jurídico será oferecido por uma advogada do Black Sisters in Law. Além disso, o profissional também pode solicitar apoio psicológico, com direito a até três atendimentos para ajudar a litar com os efeitos emocionais da agressão. O entregador tem liberdade para dizer se quer tanto o apoio jurídico quanto o psicológico ou apenas um ou outro. A plataforma está preparada para atender até 80 casos por mês. Os casos que não se enquadrarem como discriminação não serão atendidos, ou seja, a agressão tem de estar relacionada com o trabalho do entregador.
Black Sisters in Law
O grupo de advogadas que prestará assessoria jurídica aos entregadores é formado somente por advogadas negras, espalhadas pelo mundo inteiro. A entidade oferece apoio jurídico em diversas áreas do direito. A associação conta com cerca de 800 integrantes.
Polêmica
A plataforma também pede que os clientes que morem em prédios, desçam para pegar seus pedidos. “A nossa recomendação é que a entrega seja feita no primeiro ponto de contato entre entregador e cliente. Então a gente faz um trabalho para que o cliente possa descer e pegar seu pedido, para facilitar o trabalho do entregador e tornar o serviço mais rápido. O tempo do entregador é realmente precioso”, orienta o diretor de impacto social do iFood, Jhonny Borges.
Fonte: O Tempo