Após a temporada de liquidações, empresários aguardam alta de preços com a chegada da coleção de inverno
Inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou fortemente no mês de março, pressionada principalmente por maiores custos do setor de vestuário, que passaram de queda anterior de 0,17% para alta de 1,01%, gerando aumento nos preços para o consumidor final.
Empresário do segmento de calçados e vestuário, Antônio Carlos da Silveira Júnior comenta que, desde o início do ano, tem percebido reajustes nos preços de roupas e sapatos em geral. “Até o momento, o total acumulado da alta é de 25% para roupas e 50% para sapatos”, completa.
O empresário explica que, com os constantes aumentos no custo das peças, fica impossível deixar de repassar ao consumidor, ainda mais nesta época do ano, quando são vendidas roupas de inverno, que normalmente já são mais caras.
No entanto, com produtos em estoque, Antônio pode segurar os preços de botas que estão sendo comercializadas no mesmo valor do ano passado. Mas ele ressalta que, para a próxima estação, terá que adquirir novas mercadorias e sabe que para isso pagará mais caro.
Por outro lado, a presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Uberaba, Lídia Assunção, ainda não sentiu a ameaça da inflação. No entanto, já houve aumento no preço em função do algodão, acumulando em um ano alta de 100%, devido às grandes perdas com as chuvas no mês de março e, ainda, à grande exportação do produto, principalmente para a China.
Apesar disso, após a temporada de liquidações, os empresários aguardam alta de preços com a chegada da coleção de inverno e só então a presidente irá verificar o percentual de aumento com a inflação.