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Submarino Titan implodiu por 'falha grave de segurança' ao ir até o Titanic, diz relatório final

Implosão que matou cinco pessoas em 2023 poderia ter sido evitada, conclui investigação de dois anos

Publicado em 05/08/2025 às 14:54
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Submarino Titan desapareceu no dia 18 de junho e a Guarda Costeira anunciou na quinta-feira (22) que as cinco pessoas a bordo morreram depois que o navio sofreu uma implosão catastrófica (Foto/Handout/OceanGate Expeditions/AFP)

Submarino Titan desapareceu no dia 18 de junho e a Guarda Costeira anunciou na quinta-feira (22) que as cinco pessoas a bordo morreram depois que o navio sofreu uma implosão catastrófica (Foto/Handout/OceanGate Expeditions/AFP)

A Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (5) o relatório final sobre o trágico acidente com o submersível Titan, ocorrido em junho de 2023. Segundo as conclusões do Conselho de Investigação Marítima, a implosão da embarcação — que resultou na morte de cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic — foi consequência direta de uma série de falhas técnicas e administrativas graves.

O documento, com 335 páginas, é resultado de dois anos de apurações que incluíram audiências públicas e oitiva de 26 testemunhas. A investigação constatou que o projeto do Titan apresentava deficiências estruturais sérias, além de problemas recorrentes de manutenção e inspeção que não foram devidamente tratados.

De acordo com os investigadores, o colapso do submersível começou com a perda de integridade do casco, fabricado com fibra de carbono. A fragilidade dessa estrutura já havia sido observada em expedições anteriores, mas a OceanGate, empresa responsável pelo Titan, não tomou providências adequadas para investigar ou corrigir os danos.

O relatório também criticou duramente as escolhas feitas na fase de desenvolvimento do veículo, indicando que a empresa não seguiu princípios básicos de engenharia, falhando na escolha de materiais apropriados para ambientes de alta pressão e na realização de testes técnicos consistentes.

Além das falhas técnicas, o ambiente interno da OceanGate foi apontado como um fator agravante. A cultura organizacional da empresa teria desencorajado denúncias ou questionamentos sobre a segurança do projeto, utilizando ameaças de demissão para silenciar funcionários preocupados com os riscos.

O CEO da empresa, Stockton Rush, que também estava a bordo do Titan e morreu no acidente, é mencionado no relatório por ter feito declarações enganosas sobre a segurança da embarcação. Segundo o documento, Rush promovia o submersível como “indestrutível” e sugeria uma conformidade com padrões de engenharia que não se confirmavam na prática — o que teria contribuído para criar uma falsa sensação de segurança entre os passageiros e os órgãos reguladores.

Apesar da gravidade das constatações, o relatório não recomenda a abertura de processo criminal contra a OceanGate, justificando que a empresa encerrou todas as suas atividades permanentemente. No entanto, os investigadores afirmam que, caso a companhia ainda estivesse em operação, poderia ser responsabilizada por crimes como negligência e fraude.

O desastre ocorreu no dia 18 de junho de 2023, durante uma expedição turística ao naufrágio do Titanic, localizado a cerca de 3,8 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico Norte. O desaparecimento do submersível mobilizou uma intensa operação de busca. No dia 22 de junho, a OceanGate confirmou a morte dos ocupantes, pouco antes de uma coletiva de imprensa da Marinha dos EUA.

Entre os mortos estavam o próprio CEO Stockton Rush; o empresário britânico Hamish Harding; o paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman; e o francês Paul-Henry Nargeolet, ex-oficial da Marinha da França e especialista em expedições ao Titanic.

Destroços da embarcação foram localizados a cerca de 3,2 mil metros de profundidade, a menos de 500 metros do Titanic. O contra-almirante John Mauger, que liderou parte das buscas, confirmou que a primeira peça encontrada foi a ponteira do submersível, sem o casco pressurizado — um forte indício da implosão catastrófica.

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