Anunciada oficialmente ontem a decisão do vice-presidente José Alencar Gomes da Silva (PR) de que não sairá candidato a qualquer cargo nas eleições de outubro. Antes de se tornar pública, a notícia foi dada pelo próprio vice ao presidente Lula, ainda na noite de quinta-feira. Nos meios políticos vinha sendo dada como certa a candidatura de Alencar ao Senado, sendo também cogitada a possibilidade de ser lançado para o governo de Minas.
A justificativa apresentada por Alencar, 78 anos, está ligada à sua saúde. Segundo ele, não seria correto sair candidato porque ainda precisa passar por sessões de quimioterapia para tratar do câncer abdominal. Em 12 anos de luta contra a doença, já foram 15 as cirurgias. "Sinto-me curado, mas cientificamente não posso dizer que estou curado", afirmou Alencar em entrevista convocada para o anúncio. "Acho que não é honesto colocar o meu nome e sair para fazer uma quimioterapia."
Quanto à disputa pelo governo de Minas Gerais, Alencar declarou estar à disposição para ajudar na definição, já que a base aliada tem três pré-candidatos: os ex-ministros Hélio Costa (PMDB) e Patrus Ananias (PT), além do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT).
Sobre a pré-candidata do governo à Presidência, Dilma Rousseff, Alencar diz considerá-la "bem-informada", "dedicada" e reconhecer que efetuou trabalho "admirável" na Casa Civil. Por outro lado, apontou que ela precisa aprimorar a comunicação. Criticou também os extensos discursos da pré-candidata. "Os discursos devem ser como os vestidos das mulheres: nem tão curtos que nos escandalizem, nem tão longos que nos entristeçam", brincou.