Mais dois ministros se declararam favoráveis à sanção do reajuste de 7,72% aos 8,359 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que ganham benefícios acima do salário mínim Carlos Gabas, da Previdência, e Carlos Lupi, do Trabalho. Lupi afirmou que não foi convocado para a negociação, mas compartilha a posição de seu partido, o PDT, que apoia o aumento real de 80% do Produto Interno Bruto (PIB). Gabas não faz pronunciamentos públicos, mas interlocutores próximos ao ministro garantem que ele defende o índice maior.
Nos bastidores, cresce a movimentação pela aprovação. O senador Paulo Paim (PT-RS) defende a sanção do fim do fator previdenciário. “A economia de R$ 1 bilhão por ano não justifica a manutenção do redutor. Não consigo aceitar”, protesta. Segundo ele, o pagamento de benefícios em 2009 atingiu R$ 211 bilhões e a receita chegou a R$ 273 bilhões. “Os gastos da Previdência que a tornam deficitária são, na verdade, assistência social. “Não há motivo nenhum para que a matéria não seja, de uma vez por todas, sancionada. Com uma demanda que atende apenas 6% dos aposentados, o impacto vai ser quase zero”, insistiu.
Enquanto o governo diz que o impacto do reajuste dos aposentados — R$ 1,7 bilhão — vai prejudicar a economia, o Congresso Nacional pode mandar uma conta ainda maior para a Uniã projeto de lei que reestrutura salários do Judiciário e do Ministério Público representaria gasto adicional de R$ 7,8 bilhões por ano, com reajustes bem maiores que os 7,72% reivindicados pelos aposentados do INSS. O índice que está em jogo é de 64,5% para os servidores.