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Marília Mendonça: procedimento de pouso contribuiu para acidente, diz relatório

Documento publicado nesta segunda-feira (15) descartou falha mecânica; tragédia aconteceu em Piedade de Caratinga em novembro de 2021

O Tempo
Publicado em 16/05/2023 às 08:32
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Avião caiu em Piedade de Caratinga, a menos de 1 minuto do pouso. (Foto/Fred Magno/O Tempo)

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu, em relatório, que o julgamento do piloto no momento de aproximação da aeronave para o pouso contribuiu para o acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas. O documento publicado nesta segunda-feira (15) pelo órgão vinculado à Força Área Brasileira (FAB) descartou falha mecânica. A tragédia aconteceu em Piedade de Caratinga, na região do Rio Doce, em Minas Gerais, em novembro de 2021.

Apesar de a responsabilidade do acidente não ter sido atribuída ao piloto, conforme informado pelo advogado Robson Cunha, que representa a família da cantora, o Cenipa indicou que “houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave”. “Uma vez que a perna do vento [trajetória de voo percorrida durante o procedimento de pouso] foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”, diz trecho.

O documento do Cenipa ainda indica que o piloto pode ter se distanciado do aeroporto para fazer um pouso com mais conforto para os passageiros.

A aeronave que transportava Marília Mendonça, antes da queda, se chocou contra cabos de alta tensão de uma torre de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Por conta disso, o Cenipa recomendou a sinalização “em caráter excepcional” da linha de transmissão. 

O centro também recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que estabeleça requisitos de sinalização de redes de transmissão e de distribuição nos arredores de aeródromos, “notadamente daqueles situados em regiões com relevo acidentado, com vistas à prevenção de acidentes aeronáuticos”.

O relatório também aponta o perfil do piloto e do copiloto. De acordo com o documento, nenhum dos dois fumava nem fazia uso de bebida alcoólica, além de que não apresentavam sinais de estresse ou fadiga. Além disso, não eram tidos como pessoas estressadas e eram considerados bastante centrados e profissionais.

O material ainda mostra que conhecidos relataram que os pilotos tinham uma rotina regular de sono, com duração adequada, e que não tiveram a rotina alterada nas 48 horas que antecederam a tragédia. “Após o acidente, foram realizados exames toxicológicos (fármacos e/ou metabólitos,drogas de abuso e praguicidas) e de dosagem de etanol. Não foi detectada a presença das substâncias pesquisadas nas amostras coletadas”, diz o documento.

Ainda conforme o material, era a primeira vez que o piloto transportava aqueles passageiros. Os tripulantes, conforme o documento, foram escolhidos por terem um perfil reservado e técnico, o que era importante em um voo com uma artista renomada.

Os pilotos também estavam com os Certificados Médicos Aeronáuticos válidos, assim como as habilitações. Também eram qualificados, segundo o documento, e tinham experiência nesse tipo de voo. Leia o relatório completo aqui.

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