A ex-deputada e economista faleceu aos 94 anos (Foto/Reprodução/Senado)
A economista Maria da Conceição Tavares faleceu neste sábado (8), em Nova Friburgo, município do Rio de Janeiro, aos 94 anos. Ela deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon, e um bisneto, Théo. A família não divulgou a causa da morte.
Maria da Conceição Tavares nasceu em 24 de abril de 1930, em Anadia, Portugal. Ela se destacou por suas críticas ao Plano Real, a reforma monetária implementada no Brasil em 1994 para estabilizar a economia.
Tavares migrou para o Brasil em 1954 e naturalizou-se brasileira em 1957. Seu trabalho acadêmico e político a posicionou como uma das vozes mais influentes na economia brasileira durante as últimas décadas do século XX.
Formada em Matemática pela Universidade de Lisboa, Maria da Conceição Tavares continuou sua formação acadêmica no Brasil, onde obteve o título de economista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Sua carreira como professora universitária teve início na década de 1960, quando começou a lecionar na UFRJ e, posteriormente, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tavares tornou-se uma figura central no debate econômico nacional, contribuindo para a formação de uma geração de economistas brasileiros.
Seu pensamento econômico foi fortemente influenciado pelo estruturalismo latino-americano, corrente que enfatiza a necessidade de reformas estruturais para alcançar o desenvolvimento econômico.
Durante sua trajetória, Maria da Conceição Tavares se destacou como uma crítica das políticas neoliberais que ganharam força na América Latina nas décadas de 1980 e 1990. Em particular, ela foi uma das mais fortes opositoras do Plano Real, argumentando que a estabilização monetária alcançada viria à custa do aumento da desigualdade social e do desmantelamento do setor produtivo nacional.
Além de sua carreira acadêmica, Maria da Conceição Tavares teve uma atuação política significativa. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), ela foi eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, exercendo mandato entre 1995 e 1999. Durante seu tempo no Congresso, Tavares continuou a defender suas posições críticas em relação às políticas econômicas do governo, sempre destacando a importância de um desenvolvimento econômico que fosse inclusivo e socialmente justo.
Fonte: O Tempo