Acidente na BR-116 causou a morte de 41 pessoas que estavam no ônibus (Foto/Divulgação Corpo de Bombeiros)
O condutor do caminhão que se envolveu no trágico acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, que resultou na morte de 41 pessoas, foi ouvido e liberado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta segunda-feira (23 de dezembro). A principal hipótese é de que a explosão do ônibus com as vítimas tenha sido causada por uma pedra de granito que se soltou do veículo conduzido pelo motorista. Ele não prestou socorro no local.
Segundo a PCMG, o motorista foi liberado após o depoimento porque não havia mais situação de flagrante e a Justiça negou o pedido de prisão preventiva solicitado pela instituição. A reportagem entrou em contato com o Poder Judiciário para esclarecer a negativa do pedido de detenção e aguarda resposta.
O motorista tinha a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde 2022 por recusar fazer o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca. No entanto, essa infração resulta apenas em multa e cassação do documento, não em prisão.
Conforme a PCMG, o motorista se apresentou espontaneamente e estava acompanhado por advogados. O depoimento foi conduzido pelo delegado responsável pelo inquérito que investiga o acidente, mas detalhes sobre o teor do depoimento não foram divulgados.
“As investigações continuam, e mais informações serão fornecidas oportunamente”, informou a PCMG em nota divulgada na noite de segunda-feira.
A defesa do motorista da carreta envolvida no acidente afirma que ele estava “habilitado e apto para dirigir”. A declaração foi feita pelo advogado que o representa após o motorista ser ouvido e liberado pela Polícia Civil. Além disso, uma nova versão sobre o acidente foi apresentada.
Em coletiva no domingo (22), a Polícia Militar informou sobre a suspensão da CNH do motorista. No entanto, segundo o advogado Raony Scheffer, uma “decisão judicial revogou a suspensão”. A reportagem solicitou informações sobre essa decisão e aguarda resposta.
O advogado alega, com base no relato do motorista, que “o ônibus invadiu a faixa de direção da carreta, forçando o motorista a desviar levemente para a direita, mas o ônibus acabou colidindo com o segundo semirreboque”. Ele também mencionou que o motorista entrou em pânico após o acidente, preocupando-se com sua integridade física, o que o impediu de prestar socorro.
A polícia investiga se o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou do caminhão. O ônibus teria colidido com essa pedra e incendiado, resultando na morte de 41 pessoas.
A Polícia Civil informou que solicitou a prisão preventiva do motorista, mas o pedido foi negado pela Justiça.
O ônibus, que saiu de São Paulo com destino à Bahia e transportava aproximadamente 45 passageiros, pegou fogo após colidir frontalmente com uma carreta. Oito pessoas conseguiram sair do veículo com vida e foram encaminhadas para atendimento médico em Teófilo Otoni, mas uma delas faleceu antes de chegar ao hospital.
Os bombeiros foram acionados por volta das 4h e conseguiram controlar as chamas, retirando os corpos que estavam carbonizados e presos às ferragens. Um guincho auxiliou no destombamento do ônibus para acessar o fundo do veículo.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar (PM) participaram do atendimento à ocorrência. O tráfego foi liberado após mais de dez horas de interdição.
Os corpos das vítimas foram transferidos na noite de sábado de Teófilo Otoni para o Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte, onde estão sendo identificados. Até o momento, 14 vítimas já foram identificadas e seis corpos foram liberados.
*Com informações do jornal O Tempo