Motoristas de aplicativo que atuam em Minas Gerais estão sendo orientados a recusar qualquer corrida com valor abaixo de R$ 10. A informação foi confirmada pela Associação dos Motoristas de Aplicativos de Minas Gerais (Asmopli-MG), nesta quarta-feira (8 de maio). A instituição alega que a medida ocorre devido ao aumento dos preços de combustíveis no Estado.
“Há um mês e meio tivemos uma reunião com a Uber e a 99 e eles ficaram de dar um retorno. Com o novo aumento de combustível está ficando inviável corridas de R$ 7 para rodar 4 quilômetros. Isso não paga combustível e manutenção do carro. Tem motorista que já está procurando outra profissão porque não dá conta de pagar”, afirma o presidente da Asmopli-MG, Sergio Nascimento.
Na última pesquisa do site Mercado Mineiro, o álcool tinha apresentado alta de 7% no preço em Belo Horizonte e região metropolitana no intervalo entre os dias 5 e 19 de abril. O combustível passou de uma média de R$ 3,71 para R$ 3,97, diferença de R$ 0,26. O valor da gasolina também teve um aumento de 3,7% no mesmo período, e foi de R$ 5,60 para R$ 5,81, variação de R$ 0,21. O diesel foi o único cujo preço se manteve estável, com variação de somente R$ 0,01 e uma nova média de R$ 5,91.
Segundo Sérgio, associado ao custo de manutenção dos veículos, o valor da corrida tem dificultado a execução do serviço no Estado. “Nós motoristas decidimos junto a associação que a partir deste mês não iremos mais aceitar corridas menores de R$ 10. Não temos como sobreviver com esse valor. Muitos motoristas já estão aderindo a esse processo. Nós orientamos ao motorista o que é melhor para ele. Estamos pagando para trabalhar”, reclama.
O presidente da Asmopli-MG cobra diálogo com as plataformas de corrida por aplicativo. “Pelo o que já vimos não há diálogo com eles. Mandamos ofício, tentamos fazer reunião, mas eles não querem. Nós motoristas precisamos nos unir para mostrar a eles que não é viável”, afirma.
Diante do impasse, o presidente da associação promete uma manifestação caso as empresas não apresentem soluções até a primeira quinzena de maio. “Estamos esperando respostas até dia 15 dos aplicativos. Caso não retorne, vamos ter um dia até o final de maio marcado para paralisar totalmente o serviço”, promete.
A reportagem procurou as empresas Uber e 99 sobre o caso e aguarda retorno. A matéria será atualizada tão logo um posicionamento seja enviado.
Fonte: O Tempo